Com os resultados das eleições iraquianas aprovados pela suprema corte, ONU pede formação do novo governo

Eleitor curdo procurando seu nome nas listas de eleitores, do lado de fora de um centro de votação em Erbil, no Iraque. Foto: UN.O Alto Representante das Nações Unidas no Iraque saudou ontem (1/6) a decisão da mais alta corte do país de certificação dos resultados das eleições parlamentares realizadas há quase 3 meses, e pediu aos líderes para concluir a formação do novo governo.

Em um comunicado divulgado em Bagdá, Ad Melkert descreveu o anúncio feito pelo Supremo Tribunal Federal como um passo crucial para a formação de um governo que moldará o futuro do país para os próximos 4 anos. O tribunal confirmou o resultado anunciado pela Alta Comissão Eleitoral Independente do Iraque (IHEC, em inglês), em que o partido liderado por Iyad Allawi, um ex-Primeiro-Ministro, recebeu mais votos do que a aliança liderada pelo Primeiro-Ministro Nuri al-Maliki no Conselho de Representantes, formado por 325 membros.

Pelo menos 12 milhões de pessoas votaram e mais de 6 mil candidatos participaram. Ad Melkert, Representante Especial do Secretário-Geral e chefe da Missão de Assistência da ONU no Iraque (UNAMI), encorajou os líderes do país a “mover-se rapidamente e trabalhar juntos para completar a formação do novo governo através de um processo inclusivo”. É vital que o novo Conselho de Representantes faça a convocação o mais rápido possível, tal como estipulado na Constituição do Iraque, acrescentou.

Na semana passada, Melkert disse ao Conselho de Segurança que um governo de ampla coalizão no Iraque é a melhor alternativa para o povo desse país, que está ansioso para ver uma administração estável. “Neste momento, o Iraque seria provavelmente melhor servido por um governo amplamente inclusivo, como uma alternativa radical à exclusão e à privação de direitos que muitas comunidades experimentaram no passado”, ele afirmou.

O Secretário-Geral Ban Ki-moon, em seu último relatório sobre a UNAMI, observou que, uma vez estabelecido, o novo governo enfrentará uma série de desafios, que vão desde a reconciliação nacional e a partilha de recursos naturais até os direitos humanos e a reconstrução. O desafio é consolidar os ganhos que têm sido feitos nos últimos anos e não permitir que grupos armados e outros grupos explorem a situação” escreveu Ban Ki-moon no relatório, que foi lançado no mês passado.