Genocídio continua no Sudão, afirma TPI

Luis Moreno-OcampoO genocídio continua em Darfur (Sudão) e o Presidente sudanês Omar al-Bashir, já indiciado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), empreende “enorme esforço” para encobrir os crimes e manipular a comunidade internacional, segundo disse ontem o Procurador do Tribunal, Luis Moreno-Ocampo, ao Conselho de Segurança. “O Governo do Sudão não está cooperando com o Tribunal e não conduziu quaisquer procedimentos contra os responsáveis pelos crimes cometidos.”

O TPI emitiu um segundo mandado de prisão para al-Bashir, incluindo o genocídio à lista de acusações. Em março de 2009, ele já havia se tornado o primeiro chefe de Estado indiciado pelo Tribunal durante o mandato, recebendo duas acusações por crimes de guerra e cinco por crimes contra a Humanidade. “Os pedidos de prisão não vão desaparecer,” disse Moreno-Ocampo.

“O Presidente al-Bashir, de acordo com as descobertas da câmara, emitiu as ordens criminosas para atacar civis e destruir suas comunidades. Logicamente, o Presidente não quer investigar aqueles que estão seguindo suas próprias ordens. Ele está usando suas promessas de justiça para manipular a comunidade internacional e acobertar os crimes.”

Ele apontou que, apenas nos últimos seis meses, centenas de civis na região de Darfur foram mortos e centenas de milhares deslocados à força, enquanto mais de dois milhões de pessoas sofrem uma forma sutil de genocídio – por estupro e medo. Ele disse também que organizações regionais, como a Liga Árabe e a União Africana, foram cruciais na contenção dos crimes. “Um bom diálogo com elas é fundamental para alcançar esses objetivos”, acrescentou.