Militares brasileiros em missão de paz no Haiti realizam encontro virtual com imprensa do Brasil

Encontro de membros da missão da ONU no Haiti com a imprensa. Foto: UNIC Rio/Gustavo Barreto
Encontro de membros da missão da ONU no Haiti com a imprensa. Foto: UNIC Rio/Gustavo Barreto

Foi realizado nesta quinta-feira (29), na sala de reunião do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), um encontro virtual entre a imprensa e dois membros brasileiros da Missão da ONU para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH), em celebração ao décimo aniversário de atuação da Missão e do Dia Internacional dos Trabalhadores das Forças de Paz.

“A situação atual na região está aparentemente tranquila”, resumiu o comandante da 2ª Companhia de Infantaria do BRABAT, capitão Márcio Rodrigo Ribas, sobre suas atividades na capital Porto Príncipe. “Comparado com relatos sobre o passado, a gente vê uma evolução muito grande ao longo destes dez anos – não só aqui como no Haiti como um todo.”

Para o comandante do Pelotão de Engenharia de Apoio da Companhia de Engenharia (BRAENGCOY), major Osmarildo de Souza, apesar dos desafios, a influência da Missão foi certamente positiva. “A MINUSTAH contribuiu muito para manter a segurança e a estabilidade. Consequentemente, o comércio pôde se desenvolver e [o país pôde] atrair investimentos.”

O encontro com a imprensa foi mediado no Brasil pelo diretor do UNIC Rio, Giancarlo Summa, e no Haiti pelo coronel Salomão Pereira da Silva, chefe do chefe do Escritório de Relações Públicas do Componente Militar da MINUSTAH.

Sobre o propósito em longo prazo da MINUSTAH, Summa disse que, embora o cenário socioeconômico atual do país continue incerto, os avanços possibilitados pela Missão foram indispensáveis.

“Hoje, há a maior estabilidade política da história do Haiti. Há problemas? Claro. Mas, no começo de 2000, quando a MINUSTAH foi estabelecida, o panorama era caótico. A ONU não pretende ser a ‘polícia do mundo’. Não existe missões boas ou ruins, e sim missões necessárias. Quando o Estado não tem recursos para resolver suas crises, são criadas as missões da ONU como uma forma de colaborar com o país na implementação da paz e do Estado de Direito”, afirmou Summa.

Sobre as Forças de Paz da ONU

Em 1948, apenas três anos após a fundação das Nações, foi criada a primeira força de paz, a Organização da ONU de Supervisão da Trégua (UNTSO) no Oriente Médio, em funcionamento até os dias de hoje. Desde essa data a ONU criou um total de 69 missões, nos mais diversos países. Atualmente estão em funcionamento 17 missões de paz, todas elas gerenciadas pelo Departamento de Operações de Paz da ONU, ou DPKO, em sua sigla em inglês.

O orçamento destas operações, aprovado pela Assembleia Geral para o período de 1o de julho de 2013 a 30 de junho de 2014, é de 7,83 bilhões de dólares.

Atualmente mais de 100 mil pessoas fazem parte das forças de paz, incluindo tropas (83.571), policiais (12.094), observadores militares (1.853), funcionários civis internacionais (5.256) e funcionários civis locais (11.723), além de 2.020 voluntários da ONU, em um total geral de 118.111 homens e mulheres provenientes de 122 países.

O Brasil é o 18o país contribuinte de tropas e policiais, com 1.748 pessoas – o maior contribuinte é o Paquistão, com 8.257 homens e mulheres, seguido de Bangladesh, com 7.950.

A maior parte dos boinas-azuis brasileiros estão na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH), a força de paz comandada pelo Brasil desde sua criação em 2004, que conta com 1.439 brasileiros.

A segunda missão da ONU que conta com um número expressivo de brasileiros é a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL), com 267 militares. Na UNIFIL o Brasil detém o comando da Força-tarefa marítima. As missões de paz do Sudão do Sul, da República Democrática do Congo, do Saara Ocidental, entre outras, também conta com a participação de militares brasileiros.

Os dados acima são de 31 de março de 2014. Saiba mais em www.un.org/peacekeeping