ONU começa campanha no AquaRio para alertar público sobre poluição dos oceanos

Foto: UNIC Rio
Foto: UNIC Rio

Na semana em que as Nações Unidas promovem a Conferência sobre os Oceanos, em Nova Iorque, o Centro de Informação da ONU para o Brasil (UNIC Rio) realiza no AquaRio uma campanha de conscientização sobre as ameaças à biodiversidade marinha. Iniciativa começou nesta segunda-feira (5) e vai mostrar para o público de cariocas e turistas o que pode ser feito por cada indivíduo para proteger os mares da poluição, sobretudo do plástico.

“A cada ano, mais de 8 milhões de toneladas de plástico são jogadas nos oceanos. Isso causa prejuízos de 8 bilhões de dólares em danos (ambientais)”, alertou o diretor do UNIC Rio, Maurizio Giuliano, durante a abertura da campanha. Segundo a ONU Meio Ambiente, cerca de 90% de todo o lixo flutuando nos oceanos é plástico. Até 2050, os mares terão mais pedaços do material do que peixes, e 99% das aves marinhas terão ingerido esse tipo de resíduo.

Quem visitar o AquaRio até o próximo domingo (11) receberá um folheto sobre a Conferência dos Oceanos e sobre métodos para evitar a contaminação dos mares pelo lixo descartado de forma inadequada.

O time de biólogos e educadores do AquaRio também abordará o tema durante visitas guiadas e apresentações que marcam o início e o final dos passeios escolares feitos no local. Ao longo de toda a semana, são esperadas mais de 17 mil pessoas. A campanha conta com o apoio da ONU Meio Ambiente.

Giuliano ressaltou que, por trás dos custos da poluição, existem vidas humanas e animais colocadas em risco. “Do ponto de vista da fauna, a situação é um desastre. A cada ano, mas de 1 milhão de pássaros morrem por causa da contaminação dos oceanos e (também) mais de 100 mil mamíferos”.

“Os oceanos também são uma fonte indispensável para a subsistência de milhões de pessoas”, acrescentou o dirigente, que lembrou da situação de pescadores, comerciantes marítimos e operadores de turismo que perdem oportunidades de crescimento econômico por causa da degradação dos ecossistemas.

A bióloga e gerente de Educação do AquaRio, Catarina Paes Bijalba, explicou ainda que o plástico, além de não ser biodegradável, é um material capaz de se fragmentar em micropartículas que ameaçam também os humanos. “Essas partículas pequenininhas acabam sendo ingeridas pelos animais e poluindo até as cadeias alimentares, que alcançam a nós mesmos”.

Conhecer para amar e conservar

Catarina enfatizou que ações individuais podem fazer a diferença na luta contra a poluição. Populações vivendo em cidades litorâneas devem estar atentas na hora de frequentar praias. “Levar nossa própria sacola, retirar nosso próprio resíduo, ações de limpeza de praia também são muito importantes”, afirmou.

Para a gestora, a educação ambiental é fundamental para “reduzir a lacuna que existe entre as pessoas e o ambiente marinho”. “Para a gente conservar, a gente precisa ter uma identificação com a questão e a gente só vai conservar o que a gente ama”, declarou.

O presidente do AquaRio, Marcelo Szpilman, lembrou que, em média, plásticos levam no mínimo de 80 a 100 anos para se decompor — alguns materiais levam bem mais tempo do que isso.

“Peixes e aves têm naturalmente o instinto de bicar e comer as coisas que estão disponíveis e que normalmente seriam comestíveis. Comendo plástico, ele (o animal) acaba ficando com o estômago cheio. Ele passa a ter fome, mas não consegue se alimentar e morre de inanição”, explicou.

A Conferência dos Oceanos acontece em Nova Iorque até a próxima sexta-feira (9). Acompanhe as notícias do evento em https://nacoesunidas.org/tema/ods14/.

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