Com 80% das pessoas do mundo sem proteção social adequada e as desigualdades globais em crescimento, as Nações Unidas pedem uma nova era de justiça social que ofereça serviços básicos, empregos remunerados decentemente e garantias para os pobres, vulneráveis e marginalizados. “A justiça social é mais do que um imperativo ético, é um alicerce para a estabilidade nacional e a prosperidade global,” disse o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, em mensagem antes do Dia Mundial da Justiça Social, que será comemorado em 20 de fevereiro. “A igualdade de oportunidades, a solidariedade e o respeito pelos direitos humanos é essencial para alavancar o potencial produtivo completo de nações e povos.”

O Diretor-Geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavia, destacou também a ligação entre a justiça social e a estabilidade nacional, citando os protestos no norte da África e no Oriente Médio, que já destituíram o Presidente tunisiano, Zine El Abidine Ben Ali, e o Presidente egípcio, Hosni Mubarak, de seus respectivos cargos. “Conforme nos mostram a Tunísia e o Egito, empregos e justiça, pão e dignidade, proteção e democracia, segurança nacional e global não são demandas independentes,” disse em mensagem para o Dia. “O que acontecerá no futuro vai depender muito de como essas ligações serão reconhecidas e tratadas.”

Entre as etapas essenciais do caminho para a justiça social, Somavia citou a necessidade da criação de empregos como alvo central das prioridades da política macroeconômica, ao lado de baixa inflação e contas fiscais saudáveis, além do fornecimento fiscalmente sustentável de proteção social às oito em cada dez pessoas que não tem qualquer forma de segurança social no mundo de hoje.

O Diretor do Departamento de Segurança Social da OIT, Michael Cichon, salientou o fato de serem necessários apenas dois por cento do PIB mundial para garantir sistemas de segurança para todos.

Todos os membros da OIT devem se reunir em junho para elaborar uma estratégia de longo prazo para garantir renda básica para crianças, acesso a algum tipo de assistência social para as pessoas em idade ativa que os impeça de sofrer a escassez absoluta de alimentos, pensão básica para pessoas depois de uma certa idade e serviços essenciais de saúde para todos.