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Mensagem da diretora-geral da UNESCO por ocasião do Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial

Mensagem de Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO, por ocasião do Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, 21 de março de 2013.

“O Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, 21 de março, é um dos mais antigos dias internacionais comemorados pelas Nações Unidas.

Este dia leva-nos a refletir sobre as origens dos princípios que sustentam a vida social e a solidariedade internacional. Ele também incorpora a razão de ser da UNESCO, seu esforço em criar condições para o entendimento mútuo e a tolerância nas mentes de homens e mulheres.

O racismo envenena as sociedades diversas e multiculturais em que vivemos. A discriminação racial quer seja latente ou abertamente exibida, pode assumir a forma de negação de emprego, de habitação ou de educação, ou a forma de agressão física; ela prospera sobre uma lógica de classificação e divisão do gênero humano que aponta como indesejáveis o estranho, a minoria, o imigrante e, finalmente, a própria humanidade. É arraigado em preconceitos herdados de épocas passadas e sustentado pela ignorância e deve ser combatido por meio de ações destinadas a reforçar os princípios invioláveis da dignidade humana.

Para este fim, a UNESCO, baseando-se na força de seu mandato, está incluindo a educação em direitos humanos nos currículos escolares, transmitindo, assim, a história das páginas mais sombrias do passado – em especial a escravidão, o tráfico de escravos, o Holocausto e os genocídios. O sentido de profunda unidade do gênero humano deve ser reforçado pela promoção das culturas e pelo melhor conhecimento dos fundamentos compartilhados que as aproxima. A Coalizão Internacional de Cidades contra o Racismo da UNESCO tem demonstrado a sua relevância por meio do intercâmbio das melhores práticas a fim de reforçar a coesão social. De acordo com a sabedoria de ubuntu, mais habilmente defendida pelo Reverendíssimo Desmond Tutu, arcebispo emérito da Cidade do Cabo, uma pessoa precisa de outras para ser plenamente ela mesma. A UNESCO aprovou a mensagem do ubuntu e a coloca em prática no âmbito de uma estratégia integrada e aprovada há mais de dez anos.

A UNESCO está trabalhando para aproveitar todos os recursos culturais e educacionais e para aproveitar ao máximo todas as fontes de conhecimento para que todos possam viver juntos da melhor forma em nossa diversidade. Convoco todos os parceiros da UNESCO, governos, ONGs, artistas, atores da sociedade civil e ativistas de direitos humanos para se juntar a nós na defesa do princípio da tolerância zero da discriminação racial, em apoio às vítimas e na luta contra todas as formas de racismo, xenofobia e intolerância.”

2011 – Ano Internacional das e dos Afrodescendentes

Ban Ki-moonMensagem do Secretário-Geral, Ban Ki-moon, por ocasião do Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial

Todos os anos o mundo rememora o aniversário do massacre de Sharpville de 1960, em que dezenas de manifestantes pacíficos foram mortos a tiros pela polícia sul-africana do apartheid porque protestavam contra as leis discriminatórias em função da raça.

Este ano, o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial está consagrado a combater a discriminação de que são objeto os afrodescendentes. Elegemos este tema para refletir sobre a proclamação da Assembleia Geral das Nações Unidas de 2011 como Ano Internacional dos Afrodescendentes.

A discriminação contra os afrodescendentes é prejudicial. Em geral, estão presos à pobreza devido à intolerância, e se utiliza a pobreza como pretexto para excluí-los ainda mais. Muitas vezes, eles não têm acesso à educação por causa dos preconceitos, e logo a instrução insuficiente é alegada como motivo para negar-lhes postos de trabalho. Essas e outras injustiças fundamentais têm uma longa e terrível história, compreendida pelo tráfico de escravos transatlântico, cujas consequencias são sentidas ainda hoje.

Há uma década em Durban, a Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e as Formas Conexas de Intolerância aprovou um amplo programa de luta contra o racismo com visão de futuro em que figurava em destaque o fomento da plena participação dos afrodescendentes na sociedade. O Ano Internacional oferece a oportunidade de avançar neste combate e de reconhecer as vastas contribuições dos afrodescendentes ao desenvolvimento político, econômico, social e cultural de todas as nossas sociedades.

Para derrotar o racismo temos que acabar com as políticas públicas e as atitudes privadas que o perpetuam. Neste Dia Internacional, faço um chamamento aos Estados Membros, às organizações internacionais e não-governamentais, aos meios de comunicação, à sociedade civil e a todas as pessoas para que participem ativamente na promoção do Ano Internacional dos Afrodescendentes e combatam conjuntamente o racismo quando e onde ele surja.