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UNIC Rio participa da jornada de políticas públicas do Centro de Estudos de Pessoal do Forte Duque de Caxias

Nesta sexta-feira (26), o diretor do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), Maurizio Giuliano, participou da III Jornada de políticas públicas do Centro de Estudos de Pessoal do Forte Duque de Caxias.

O evento teve como tema “a dimensão humana nas forças militares”, e contou com a participação de militares do Exército, Marinha e Força Aérea, bem como a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e representantes da academia e sociedade civil. Na primeira mesa de debate, as palestrantes apresentaram realidades e desafios na experiência de atendimento à população civil.

A segunda mesa, da qual o diretor do UNIC Rio participou, tratou das ações voltadas para militares e população civil em missões de paz. O diretor abordou a complexidade envolvendo as ações militares e civis no terreno.

Em primeiro momento, conceituou e diferenciou o que são United Nations Civil-Military Coordination (UN-CIMIC) e United Nations Humanitarian Civil-Military Coordination (UN-CMCoord). Delimitou a UN-CIMIC como a função do componente militar de facilitar a cooperação com o componente civil a fim de atender os objetivos do mandato.

UN-CMCoord, por sua vez, é o diálogo e a interação entre os atores civis e militares para operar em situações de emergência humanitária. Seu objetivo é proteger e promover princípios humanitários, evitar a competição, minimizar inconsistências e atender objetivos comuns.

Giuliano exemplificou que possíveis inconsistências podem se manifestar quando a missão possui mandato que implique o enfrentamento com grupos rebeldes e a interação humanitária com a população local seja prejudicada devido ao conflito entre forças da ONU e os grupos armados.

“A minha tarefa em Bunia [na República Democrática do Congo] era fornecer assistência humanitária a comunidades que apoiavam um grupo armado de oposição”, disse, lembrando sua experiência anterior. “Mas não era nada fácil dialogar sobre isso com as comunidades, quando os nossos colegas militares têm o mandato de combater o grupo que eles apoiam. Por isso, é essencial trabalhar junto com o braço militar para evitar inconsistências, e idealmente priorizar a ajuda humanitária ante das considerações politicas.”

O diretor também diferenciou a ação humanitária da ação cívico-social, e encerrou sua fala com os três ‘tiers’ de Proteção de Civis. Explicou como funciona cada um dos tiers e como UN-CIMIC e Un-CMCoord se relacionam neste processo. “Levar a proteção a civis vulneráveis é uma responsabilidade conjunta que envolve o âmbito do dialogo politico e de negociação, a ação militar, e o entorno protetor.”

A mesa debateu, também, sobre o acompanhamento da saúde física e mental dos trabalhadores das missões de paz e a relevância da participação brasileira junto às Nações Unidas.