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Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

Mensagem do secretário-geral da ONU para 2016

Durante a Segunda Guerra Mundial, seis milhões de judeus foram sistematicamente cercados e exterminados. Os nazistas também assassinaram pessoas Sinti e Roma, prisioneiros políticos, homossexuais, pessoas com deficiência, Testemunhas de Jeová e prisioneiros de guerra soviéticos.

O Holocausto foi um crime colossal. Ninguém pode negar a evidência de que isso aconteceu. Ao lembrar as vítimas e honrar a coragem dos sobreviventes e daqueles que os ajudaram e os libertaram, renovamos anualmente nossa determinação em prevenir tais atrocidades e rejeitar a mentalidade de ódio que as permite.

Da sombra do Holocausto e das crueldades da Segunda Guerra Mundial, as Nações Unidas foram criadas para reafirmar a fé na dignidade e no valor de cada pessoa e para defender os direitos de todos a viver em igualdade e sem discriminação.

Estes princípios continuam a ser essenciais hoje. Pessoas em todo o mundo – incluindo milhões que fogem de guerras, perseguições e privações – continuam a sofrer discriminação e ataques. Temos o dever de lembrar o passado – e ajudar aqueles que precisam de nós agora.

Por mais de uma década, o Programa de Divulgação das Nações Unidas sobre o Holocausto tem trabalhado para educar os jovens sobre o tema. Muitos parceiros – incluindo sobreviventes do Holocausto – continuam a contribuir para este trabalho essencial.

A memória do Holocausto é um poderoso lembrete do que pode acontecer quando deixamos de enxergar a nossa humanidade comum. Neste dia de memória do Holocausto, exorto todos e todas a denunciar as ideologias políticas e religiosas que colocam pessoas contra pessoas. Vamos todos levantar nossas vozes contra o antissemitismo e contra ataques dirigidos a grupos religiosos, étnicos ou outros. Vamos criar um mundo onde a dignidade é respeitada, a diversidade é celebrada e a paz é permanente.

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Mais sobre a data:
http://www.un.org/en/holocaustremembrance
https://nacoesunidas.org/?post_type=post&s=holocausto

Visita a Auschwitz, por Ban Ki-moon

“Pensei nos prisioneiros, horas em pé, nus, num clima gelado, arrancados de suas famílias, de cabelos rapados esperando as câmaras de gás.” Leia o artigo do secretário-geral da ONU.

Ban Ki-moon em visita ao antigo campo de concentração nazista na Polônia, Auschwitz-Birkenau, em novembro de 2013. Foto: ONU/Evan Schneider
Ban Ki-moon em visita ao antigo campo de concentração nazista na Polônia, Auschwitz-Birkenau, em novembro de 2013. Foto: ONU/Evan Schneider

A lembrança do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto em 27 de janeiro — o aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz — acontece em um momento no qual, à nossa volta, há alertas para os perigos do esquecimento.

Neste ano, assinalam-se duas décadas desde o genocídio em Ruanda. Conflitos na Síria, Sudão do Sul e República Centro-Africana assumiram uma dimensão perigosa. O fanatismo ainda percorre nossas sociedades. O mundo pode e deve fazer mais para eliminar o veneno que levou aos campos de concentração.

Visitei Auschwitz-Birkenau em novembro. Um vento frio soprava naquele dia, o chão sob os meus pés era rochoso. Mas eu tinha um sobretudo e sapatos resistentes. Meus pensamentos foram para aqueles que não tinham nem uma coisa nem outra: os judeus e outros prisioneiros que outrora povoaram o campo.

Pensei naqueles prisioneiros passando horas em pé, nus, num clima gelado, arrancados de suas famílias, seus cabelos rapados ao serem preparados para as câmaras de gás. Pensei naqueles que foram mantidos vivos apenas para trabalhar até a morte. Refleti sobre o quão insondável ainda é o Holocausto. A crueldade foi tão profunda, a visão de mundo nazista tão deformada, a mortandade tão calculada.

O campo de Birkenau parecia estender-se até o horizonte –uma vasta fábrica de morte. O Livro dos Nomes com a identificação de milhões de vítimas judias enchia uma sala, ainda que contivesse apenas uma fração do total, que também incluiu poloneses, ciganos, sinti, soviéticos, dissidentes, homossexuais, pessoas com deficiência e outros.

Fiquei comovido com um vídeo mostrando a vida dos judeus na Europa em 1930 –refeições em família, idas à praia, performances artísticas, casamentos e outros rituais, todos barbaramente extintos com o único assassínio sistemático na história.

Não podemos construir o futuro sem lembrar o passado. O que aconteceu pode se repetir. Combater o ódio está entre as principais missões da ONU. Nossos mecanismos trabalham para proteger as pessoas. Nossos tribunais esforçam-se para combater fazer justiça. Nossos especialistas escrutinam o mundo para detectar indícios de crimes atrozes.

O programa das Nações Unidas sobre o Holocausto vem trabalhando com professores e alunos de todos os continentes para promover os valores universais. Seu mais recente pacote ajudará a introduzir estudos nas salas de aula de países como Brasil, Nigéria, Rússia e Japão.

A poucos passos do crematório de Auschwitz, parei para refletir. Toquei numa cerca de arame farpado –já não eletrificada, mas ainda afiada e intimidante. Senti-me esmagado pela enormidade do que aconteceu e profundamente tocado pela coragem e sacrifício dos soldados e líderes que derrotaram a ameaça nazista.

Minha esperança é que a nossa geração e as que virão evitem que tal horror volte a acontecer, e construam um mundo de igualdade para todos.

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BAN KI-MOON, 69, é secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Foi ministro das Relações Exteriores e do Comércio da Coreia do Sul. Artigo publicado na Folha de S. Paulo no dia 27 de janeiro de 2014 (original aqui).

‘Temos que permanecer vigilantes contra a intolerância, ideologias extremistas, tensões comunais e discriminação contra minoras’

No Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, marcado todo 27 de janeiro, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lembra o sofrimento de milhões de pessoas inocentes e destacamos os perigos do antissemitismo e qualquer tipo de ódio. Leia abaixo:

No Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, marcado todo 27 de janeiro, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lembra o sofrimento de milhões de pessoas inocentes e destacamos os perigos do antissemitismo e qualquer tipo de ódio.

“Todos os anos, no aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz, lembramos as vítimas do Holocausto. Lembramos o sofrimento de milhões de pessoas inocentes e destacamos os perigos do antissemitismo e qualquer tipo de ódio.

Este ano o foco são as viagens através do Holocausto, e me lembro de uma viagem recente que fiz.

Em novembro do ano passado, atravessei o portão infame “arbeit macht frei” (o trabalho liberta) em Auschwitz-Birkenau. Nunca vou me esquecer desta visita.

Tive a possibilidade de ver os vestígios horríveis da máquina do genocídio, tal como imagens em movimento da vida dos judeus na Europa na década de 1930 – casamentos, refeições familiares, rituais e outras cenas da vida quotidiana – extinta por homicídios sistemáticos sem par na história humana.

Vi as barracas onde judeus, roma, sinti, homossexuais, dissidentes, prisioneiros de guerra e pessoas com deficiência passaram seus dias finais nas condições mais brutais.

As Nações Unidas foram fundadas para prevenir que horrores como esses voltassem a acontecer. No entanto tragédias em Camboja, Ruanda e Srebrenica demonstram que o veneno do genocídio ainda flui.

Temos que permanecer vigilantes contra a intolerância, ideologias extremistas, tensões comunais e discriminação contra minoras. Temos que ensinar bem nossas crianças. O Programa de Informação “Nações Unidas e o Holocausto” desenvolveu materiais educativos eficazes e parcerias fortes que ajudam a transmitir essas lições aos estudantes de todo o mundo.

Estando ao lado do crematório de Auschwitz, me senti profundamente triste por tudo aquilo que aconteceu ali. No entanto, também me senti inspirado por todos aqueles que libertaram os campos de extermínio para a humanidade. Vamos juntar forças hoje numa jornada comum por um mundo de igualdade e dignidade para todos.”

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Saiba mais sobre o tema em www.un.org/en/holocaustremembrance

TV Brasil exibe neste domingo (26) filme inédito para marcar o Dia em Memória das Vítimas do Holocausto

“A Trajetória do Genocídio Nazista”, uma produção do Museu Estadunidense Memória do Holocausto com imagens raras sobre o período, começa às 23h.

Imagem: Reprodução
Imagem: Reprodução

A ONU designou 27 de janeiro – aniversário da libertação do campo de Auschwitz-Birkenau – como o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Nesse dia as Nações Unidas incentivam todos os Estados-membros a homenagear as vítimas do nazismo e a desenvolver programas educacionais para ajudar a prevenir futuros genocídios.

Como bem lembra o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em sua mensagem para a data, “as Nações Unidas foram fundadas para prevenir que horrores como esses voltassem a acontecer. No entanto tragédias em Camboja, Ruanda e Srebrenica demonstram que o veneno do genocídio ainda flui. Temos que permanecer vigilantes contra a intolerância, ideologias extremistas, e discriminação contra minoras”.

Como parte das atividades do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, a TV Brasil exibirá, neste domingo, dia 26 de janeiro, às 23h, um documentário inédito, produzido pelo Museu Estadunidense Memória do Holocausto: “A Trajetória do Genocídio Nazista”.

O filme, com direção de Raye Farr, utiliza imagens raras para mostrar a ascensão e a consolidação dos nazistas na Alemanha que levaram a uma guerra mundial e ao assassinato de milhões de pessoas. Estas imagens são provenientes de diversos museus, coleções particulares e grande parte delas, exibidas pela primeira vez.

O documentário, que cobre o período de 1918 a 1945, discute o surgimento da ideologia e propaganda nazista e a subsequente perseguição dos judeus e outras vítimas com o objetivo de provocar a reflexão e o debate sobre este momento da história, que mudou a forma como vemos o mundo.

A versão em português do documentário foi legendada e traduzida pelo Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).

Sobre o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

Rejeitando qualquer negação do Holocausto como um acontecimento histórico, na íntegra ou em parte, a Assembleia Geral da ONU adotou por consenso, em 2005, a resolução A/RES/60/7, na qual condena “sem reservas” todas as manifestações de intolerância religiosa, incitação, assédio ou violência contra pessoas e comunidades com base na origem étnica ou crença religiosa, onde quer que ocorram.

Este mesmo documento pede à ONU que designe o dia 27 de janeiro – aniversário da libertação do campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau – como o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, e solicita aos Estados-membros que desenvolvam programas educacionais para que a tragédia não seja esquecida pelas gerações futuras com o objetivo de evitar que atos de genocídios voltem a acontecer.

Serviço
Documentário A Trajetória do Genocídio Nazista
TV Brasil | Domingo, 26 de janeiro de 2014, 23h
Site: http://tvbrasil.ebc.com.br/docespecial

ONU tem o dever de falar em defesa dos direitos humanos, afirma Ban

A Organização das Nações Unidas, criada na sequência da Segunda Guerra Mundial, tem o dever de erguer a sua voz em defesa dos direitos humanos e de proporcionar a quem não a tem uma oportunidade de expressar as suas opiniões, disse, o Secretário-Geral das Nações Unidas em um evento em que foram recordadas as vítimas do Holocausto.

“A Organização das Nações Unidas foi criada com esperança e esperança é aquilo que representa hoje”, disse Ban Ki-moon na Sinagoga de Park East, em Manhattan, Nova York, na véspera do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, celebrado mundialmente no dia 27 de janeiro.

“Trabalhemos juntos para fazer da ONU tudo aquilo que a Organização pode ser, tudo o que deve ser – uma força a favor da democracia, uma defensora da liberdade, uma luz de esperança para a dignidade humana, os direitos humanos e as aspirações humanas”.

Secretário-Geral reúne com sobreviventes de Auschwitz e líderes do Comitê. Foto: ONU/Mark Garten.

Secretário-Geral reúne com sobreviventes de Auschwitz e líderes do Comitê. Foto: ONU/Mark Garten.

“Acima de tudo, renovemos a nossa determinação coletiva de nunca permitir que uma passagem tão terrível da história volte a se repetir”, disse o Secretário-Geral aos presentes, entre os quais se incluíam alguns sobreviventes do Holocausto. “Para mim, para muitas pessoas no mundo, vocês são símbolos – símbolos de resistência humana, símbolos de esperança, símbolos do poder redentor da memória”.

Em 2005, a Assembleia Geral designou o dia 27 de janeiro, aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz, como Dia Internacional em honra das vítimas do Holocausto, e instou aos Estados-Membros a criarem programas educacionais destinados a inculcar a memória daquela tragédia nas gerações futuras.

“É um dia para recordar os mortos – os milhões de pessoas que morreram durante o capítulo mais obscuro da história humana”, observou o Secretário-Geral. “É um dia para celebrar a vida dos que sobreviveram. É, acima de tudo, um dia para fazermos ouvir a nossa voz, para condenarmos aqueles que negam o Holocausto, que o minimizam ou que tentam racionalizá-lo”.

“Não esqueçamos também que a ONU foi criada, em parte, para impedir que voltasse a acontecer algo semelhante. No melhor sentido, a Organização das Nações Unidas foi fruto do sofrimento e da tragédia humana. Como Secretário-Geral das Nações Unidas, tenho sempre presente a sua missão fundamental: erguer a voz em defesa dos direitos humanos e da dignidade humana. Proteger as pessoas inocentes do mundo. Falar em defesa daqueles que, de outro modo, não seriam ouvidos. Oferecer ajuda àqueles que dela necessitam”.

Ban Ki-moon também se encontrou na Sede da ONU em Nova York com um grupo de jovens membros do Comitê Internacional de Auschwitz, oriundos de países diferentes e com religiões diferentes e que estavam acompanhados de vários sobreviventes do Holocausto. Os jovens disseram ao Secretário-Geral que, para eles, o mundo tem dois corações: “Um é Auschwitz, o outro as Nações Unidas”. “Um representa a recordação do passado. O outro a determinação de nunca deixar que esse passado se repita. Jamais”, disse Ban Ki-moon.

Evento no Rio

Amanhã, dia 26 de janeiro, o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), em parceira com a Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (FIERJ), organiza uma cerimônia para marcar o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, que em 2011 tem como tema “As mulheres e o Holocausto: coragem e compaixão”.

O evento será realizado no Palácio Itamaraty do Rio de Janeiro, às 11h30, e contará com a presença da Ministra-Chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário Nunes; do Ministro Carlos Martins Ceglia, Diretor da Divisão do Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores; do Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral; do Prefeito do Cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e muitas outras autoridades, além de líderes comunitários e lideranças religiosas.

Na ocasião também será aberta a exposição “Des-humanize-se”, organizada pelo Instituto Hillel – organização de jovens judeus presente em vários países do mundo, com sede no Rio. A mostra reúne fotos, textos, vídeos e instalações inspirados nos campos de concentração de Awschyvitz-Birkenau, concebida por jovens judeus.

Outras atividades estão previstas no mundo inteiro. Os eventos em Nova York incluirão a abertura, na segunda-feira, da exposição “The Memories Live On” (As Recordações Subsistem), em que figurarão desenhos de Auschwitz feitos por um prisioneiro desconhecido do campo de concentração. Na terça-feira, será apresentado o filme Daring to Resist, que relata as histórias de três jovens mulheres judias que descobriram formas inesperadas de combater os nazistas.

Saiba mais sobre o evento desta quarta-feira (26/1) no UNIC Rio clicando aqui.