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Evento discute imprensa e desenvolvimento

Jornalistas investigativos brasileiros e estrangeiros de renome, como chefe do canal árabe Al Jazeera nos Estados Unidos e repórteres dos maiores veículos paulistanos, vão trocar experiências sobre os desafios da profissão e os caminhos para ajudar no desenvolvimento de seus países, durante o Seminário Internacional sobre Jornalismo Investigativo: Um Diálogo Sul-Sul, no próximo dia 22, em São Paulo.

O evento é organizado pelo Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (CIP-CI, um órgão do PNUD em parceria com o governo brasileiro), pela Embaixada da Suíça, Procuradoria Geral da República, Fundação alemã Konrad Adenauer Stiftung e pela plataforma de comunicação Mercado Ético. O palco será o auditório da Procuradoria Regional da República, com capacidade para 150 pessoas. As inscrições são gratuitas e estão abertas até o dia 18, podendo ser feitas on-line.

“As análises passam por dois eixos principais: o contexto em que os jornalistas trabalham — como as dificuldades enfrentadas e os temas de cobertura mais difíceis — e o papel do jornalismo na sociedade em um sentido mais amplo, na promoção do desenvolvimento”, antecipa Francisco Filho, assessor de comunicação do CIP-CI.

Além do marroquino Abderrahim Foukara, da Al Jazeera, integrarão os painéis do seminário os jornalistas brasileiros César Tralli (TV Globo), João Paulo Charleaux (O Estado de S.Paulo) e Luís Nassif (agência Dinheiro Vivo). O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophyr Cavalcante, também participará. Profissionais da comunicação, especialistas e acadêmicos de África do Sul, Argentina, Índia, México, Paraguai, Suíça e Qatar reforçam a lista dos presentes.

O evento abrange quatro painéis, cada um deles com quatro palestrantes (dois brasileiros e dois estrangeiros): “Papel e Responsabilidades do Jornalismo Investigativo”; “Governança, Aspectos Legais e Liberdade de Expressão”; Diálogo Sul-Sul: Oportunidades e Desafios”; e “Para Onde Vamos?”.

Análise crítica

O seminário pretende resultar numa análise crítica das estruturas governamentais requeridas para garantir a liberdade de expressão e proteção legal a jornalistas, abordando temas como corrupção, falhas de gestão pública, violência, pobreza e exclusão social.

Permitirá a profissionais de mídia destacar e discutir, sob uma perspectiva comparada, os desafios enfrentados no exercício de suas tarefas. Também busca reforçar o diálogo entre profissionais e autoridades na colaboração entre nações do hemisfério sul.

“Serão questionados quais são as estruturas do trabalho do jornalista e também em qual sentido elas inibem esses profissionais de fazer uma cobertura mais apurada sobre questões sociais. Não vamos discutir apenas jornalismo, e sim jornalismo e desenvolvimento”, aponta Francisco Filho.

Mais informações

Francisco Filho

Communications Officer
International Policy Centre for Inclusive Growth (IPC-IG)
Poverty Practice, Bureau for Development Policy, UNDP
Esplanada dos Ministérios, Bloco O, 7º andar
70052-900 Brasilia-DF, Brazil Phone: (+ 55 61) 2105 5036
E-mail: [email protected]
http://www.ipc-undp.org

Chefe da UNESCO condena assassinato de repórter no Brasil

UNESCOA chefe da agência das Nações Unidas encarregada de defender a liberdade de imprensa condenou, nesta terça-feira (26), o assassinato de um respeitado repórter criminal brasileiro que denunciou fraude eleitoral, tráfico de drogas e outras atividades ilegais, pedindo às autoridades que investiguem o assassinato.

Francisco Gomes de Medeiros, 46, foi morto em 18 de outubro, por volta das nove horas da noite, fora de sua casa no bairro Paraíba de Caicó, no estado do Rio Grande do Norte. Ele foi baleado cinco vezes por um dos dois homens em uma motocicleta, e morreu pouco depois de chegar ao hospital. Conhecido como F. Gomes, ele chefiou a divisão de notícias da Rádio Caicó FM, onde apresentava o programa diário Comando Geral.

“Ele foi morto porque estava cumprindo seu dever como jornalista para informar sobre o crime”, disse Irina Bokova, Diretora-Geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). “Ele morreu por defender o direito fundamental de liberdade de expressão, um pilar da sociedade democrática”.

Segundo o International Press Institute, uma organização não-governamental, 18 jornalistas foram mortos no Brasil devido ao seu trabalho na última década.

(Nota em inglês do UN News aqui | Nota original da UNESCO aqui)