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ONU media libertação de trabalhadores de ajuda humanitária tomados como reféns no Sudão

Funcionários das Nações Unidas ajudaram a garantir a libertação de 12 trabalhadores humanitários sudaneses, feitos reféns por um grupo de jovens em um acampamento para pessoas deslocadas internamente, na região de Darfur.

Representantes da Missão Conjunta das Nações Unidas e da União Africana em Darfur (UNAMID) e o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) trabalharam com os líderes do campo de deslocados de Kalma, em Darfur do Sul, para mediar com sucesso a libertação, que deve ocorrer ainda hoje, segundo comunicado da UNAMID.

Os trabalhadores, que conduziam uma campanha de vacinação em Kalma, foram tomados como reféns na segunda-feira (11), aparentemente em retaliação à prisão de um deslocado interno que trabalhava para uma ONG. Algumas organizações humanitárias suspenderam suas operações em Kalma após os trabalhadores serem tomados como reféns, informou a UNAMID.

Os campos de deslocados surgiram em três estados de Darfur desde o conflito mortal de 2003 entre rebeldes, forças do Governo e milicianos aliados. A UNAMID está presente desde o início de 2008, como tentativa de acabar com os combates e aliviar o sofrimento humanitário.

Mais de oito milhões de africanos necessitam de ajuda alimentar devido à seca

O número de pessoas que necessitam de ajuda alimentar de emergência no leste da África aumentou de dois milhões para quase 8,4 milhões, conforme a seca continua a assolar a região. O índice de chuvas extremamente baixo entre outubro e dezembro levou a uma significativa queda nas colheitas, à deterioração das condições de pastagem e a perdas de gado no Djibuti, na Etiópia, no Quênia, na Somália e em Uganda, de acordo com o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

Surtos de doenças animais relacionadas à seca foram registrados, com a morte de mais de cinco mil animais em Marsabit (Quênia), no mês de janeiro, número que continua a aumentar. Mais de dez mil pastores somalis cruzaram a fronteira com o Quênia, enquanto cerca de trinta mil animais e dez mil pastores quenianos migraram para Uganda. Migrações também têm sido relatadas do Quênia e da Somália para a Etiópia, levando a uma maior competição por recursos escassos e criando a possibilidade de conflitos com base em recursos com comunidades locais de acolhimento. Com isso, aumentam os níveis de desnutrição aguda.

“A preocupação maior é a escassez de água,” disse o OCHA, observando que a Somália está enfrentando grave crise de água na maior parte do país, enquanto uma severa escassez na Etiópia tem afetado as vidas e o sustento de milhões de pessoas.

O setor da educação também foi duramente afetado, como o aumento do número de crianças em idade escolar e professores que migram em busca de pasto e água. Na Somália, mais de 400 escolas foram fechadas devido à seca desde dezembro, afetando cerca de 55 mil alunos. Na Etiópia, cerca de 58 mil casos de abandono escolar foram relatados.

Em visita à Somália e ao Quênia no mês passado, a Subsecretária-Geral para Assuntos Humanitários e Coordenadora de Socorro a Emergências da ONU, Valèrie Amos, advertiu que o mundo deve continuar a prestar atenção ao que está acontecendo na África Oriental. “Devemos sempre ter certeza de que as pessoas entendem o impacto humano dessas crises. Por detrás de cada estatística, há um rosto humano,” disse em Nairóbi, capital do Quênia.

Costa do Marfim: helicóptero da ONU é alvo de ataque

A Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim (ONUCI) condenou nesta terça-feira (29/03) o ataque contra um de seus helicópteros pela Força Republicana da Costa do Marfim (FRCI). Apesar dos disparos feitos, o helicóptero não foi atingido. A FRCI apoia Alassane Ouattara, eleito presidente em novembro, mas que ainda aguarda a posse devido à recusa de Laurent Ggabo a deixar o poder.

Em outro incidente violento, forças pró-Ggabo atiraram contra civis no subúrbio da capital comercial, Abidjan, matando dezenas de pessoas. Por meio de um comunicado, a ONUCI questionou se, diante do aumento da violência, o Presidente Ggabo ainda teria o controle sobre suas forças e aliados. “A ONUCI acredita que é imperativo acabar com este ciclo de violência através de uma solução definitiva para este impasse político, acabando com o sofrimento da população da Costa do Marfim.”

A crise política no país já levou 116 mil pessoas a se refugiarem em países vizinhos como Gana, Togo, Mali e, principalmente, Libéria, informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). O Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), por sua vez, disse que o apelo para o fundo de assistência aos refugiados na Libéria foi revisado, à medida que as exigências quase triplicaram.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) anunciou que vai focar em três tarefas na Costa do Marfim: levar 800 mil crianças de volta à escola, garantir serviço básico de saúde para mães e crianças e fornecer acesso à água e eletricidade para aproximadamente 1,5 milhão de pessoas. De acordo com a porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Fadéla Chaib, uma campanha de vacinação contra a febre amarela foi lançada em 25 de março, e continuará até 1° de abril, alcançando cerca de dois milhões de pessoas.

Ajuda humanitária chega à Líbia

Valerie AmosConfrontada com um êxodo de refugiados da Líbia em meio à violência de Muammar Qaddafi, a possível escassez de comida e remédios e a crescente insegurança, a ONU está aumentando os esforços de auxílio no país, ao longo das fronteiras e nos países vizinhos. A Subsecretária-Geral para Assuntos Humanitários e Coordenadora de Socorro de Emergência, Valerie Amos, anunciou hoje que o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) pretende instalar rapidamente uma equipe no Cairo (Egito) para reforçar o escritório do Coordenador Residente da ONU em Trípoli, capital da Líbia, e colocar imediatamente em prática mecanismos de coordenação.

Coordenadores Residentes são os representantes designados pelo Secretário-Geral para as operações de desenvolvimento. “O braço humanitário da Organização das Nações Unidas está tomando todas as medidas para garantir que estaremos preparados para qualquer eventualidade,” disse Amos em entrevista coletiva em Nova York. Em seu discurso à imprensa, ela expressou profunda preocupação com “as notícias alarmantes” de violência contínua na Líbia, citando relatos de que civis, incluindo mulheres e crianças têm sido gravemente feridos, com estimativas de mortos que vão de centenas a milhares, enquanto mais de cem mil pessoas já fugiram para países vizinhos.

O Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) enviou equipes para o Egito e para a Tunísia. A Organização Mundial de Saúde (OMS) enviou kits cirúrgicos e de emergência para Benghazi, cidade mais ao leste comandada por forças de oposição, considerando precária a situação de saúde.
“Os governos têm mostrado incrível generosidade e pessoas comuns, especialmente na Tunísia, tem acolhido pessoas em suas casas,” disse Amos, pedindo que Egito e Tunísia mantenham suas fronteiras abertas para aqueles que fogem e que países da União Europeia também ajudem.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) está despachando equipes às fronteiras para avaliar as necessidades e “fazer planejamento de contingência para a entrega de ajuda alimentar às pessoas afetadas pela violência dentro da Líbia, se houver necessidade e uma vez que a situação de segurança permita,” acrescentou. A principal preocupação, segundo ela, é conseguir o acesso a Trípoli e regiões vizinhas, onde a situação de segurança é “extremamente volátil,” observando que, de acordo com relatórios, suprimentos conseguiram passar por Benghazi e pelo leste, onde a situação é “quase normal.”

“Queremos entrar para fazer avaliações adequadas,” disse. “Estamos vendo, é claro, fotografias terríveis em nossas telas de televisão, conforme as pessoas fogem, mas precisamos fazer um balanço sobre quais são as necessidades reais.”

Sri Lanka sofre com mais chuvas

Novas enchentes atingiram o Sri Lanka semanas depois de grandes áreas da ilha asiática terem sido inundadas devido à chuvas torrenciais. Mais de um milhão de pessoas que já tinham sido afetadas sofreram novamente com as enchentes, que já causaram 14 mortes, nove feridos e dois desaparecidos.

Quase 200 mil pessoas foram forçadas a deixarem suas casas e levadas a abrigos temporários em 15 distritos, conforme relatou o Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), que afirmou também que as pessoas têm se aventurado a voltar para suas casas à medida que o nível das águas diminui, apesar de que ainda são esperadas mais chuvas.

As enchentes causaram a destruição de plantações de arroz, bem como de outras culturas, e também prejudicaram a entrega de assistência humanitária, já que muitas estradas estão submersas ou danificadas. Agências e parceiros da ONU continuam a fornecer ajuda, como alimentos, materiais de abrigo, medicamentos, e outros itens básicos. O Programa Mundial de Alimentos (PMA) forneceu comida para 500 mil pessoas atingidas pela primeira série de inundações, em janeiro, e deve alimentar meio milhão de pessoas vítimas das novas enchentes.