UNESCO adianta números sobre a situação da educação brasileira na reunião no Rio de Janeiro

O relatório apresenta progressos e desafios. Entre outros dados, o Brasil tem uma taxa de conclusão da educação primária e secundária superior à média dos países da América Latina e do Caribe. No entanto, a elevada taxa de repetência do país na primeira série da educação primária e outros números referentes ao progresso na aprendizagem, mostram que o desafio continua pendente na qualidade da educação.

No âmbito da Segunda Reunião da Mesa do Projeto Regional de Educação para a América Latina e o Caribe (doravante, EPT/PRELAC) a ser realizada no Rio de Janeiro no dia 25 de Novembro, a UNESCO apresentará, aos Ministros da Educação e representantes dos países participantes, o relatório Situação da Educação na América Latina e Caribe: Garantindo a Educação de Qualidade para Todos, que a Organização lançará, oficialmente, no início de 2011.

A reunião será conduzida pelo Sr. Qian Tang, Diretor Geral Adjunto de Educação da UNESCO, assistido por Jorge Sequeira, diretor do Escritório Regional de Educação da UNESCO para a América Latina e o Caribe (doravante OREALC/UNESCO-Santiago) e Vincent Defourny, Representante da UNESCO no Brasil. A reunião contará com a presença do ministro da Educação do Brasil, Fernando Haddad, além de representantes ministeriais dos outros seis países que conformam a mesa da EPT/PRELAC (Argentina, Trinidad e Tobago, Paraguai, República Dominicana, Costa Rica e Equador), bem como os ministros de educação do Mercosul, que acompanharão esta importante iniciativa regional na educação.

Brasil e a educação

Dados da UNESCO revelam a situação da educação no Brasil antes do lançamento agendado para inícios de 2011. Entre esses registros, são divulgadas boas notícias como, por exemplo, que as novas gerações no Brasil estão sendo mais alfabetizadas do que o total da população com 15 anos ou mais.

O relatório também descreve os desafios em relação à matrícula na educação pré-primária que em 2008 atingiu 50%. A média nos países da região foi de 65,3% esse ano.

Em relação à educação primária, o Brasil tem uma das maiores taxas de repetência da região no primeiro grau (24,5%). Isso é preocupante, pois aumenta a probabilidade do mau desempenho e de abandono escolar. Apesar deste número, em 2008 o Brasil teve uma taxa de conclusão de quase 95% entre as pessoas com idades entre 15 e 19 anos, 5% acima da média dos países latino-americanos e caribenhos, um índice alentador.

A reduzida taxa de escolaridade na educação pré-primária, juntamente com a alta repetência na primeira série, sugere que ambos indicadores poderiam estar associados, já que a deterioração da aprendizagem na primeira série aumentaria o índice de repetência. De acordo com o Segundo Estudo Regional Comparativo e Explicativo (SERCE) realizado pelo Laboratório Latino-Americano de Avaliação da Qualidade da Educação (LLECE), organizado pela UNESCO-Santiago, os alunos que tenham frequentado o ensino pré-primário têm maiores possibilidades de alcançar níveis mais elevados de desempenho de aprendizagem e, portanto, as medidas tomadas para incrementar a matrícula no ensino pré-primário poderiam aumentar a eficiência do sistema de educação e deveria, consequentemente, ser uma prioridade em termos de planejamento de políticas.

Da mesma forma, o elevado índice de conclusão da educação primária no Brasil (cerca de 95%) contrasta com as medições do desempenho escolar no estudo feito pelo SERCE, aplicado em 2006. Na sexta série, 15,5% dos estudantes brasileiros não atingiram um nível mínimo de habilidade em leitura e matemática. Por este motivo, é necessário fazer uma análise mais aprofundada para projetar intervenções que vão além da conclusão da educação primária, melhorando os resultados da aprendizagem.

Na educação secundária, o Brasil apresentou grandes melhorias entre 2000 e 2008. Neste último ano, a matrícula dos jovens em idade de frequentar a à escola secundária chegou a 81%, número acima da média dos países da região, que foi de 72,8%. Além disso, 55% das pessoas entre 20 e 24 anos teriam, realmente, concluído esta fase da educação, o que representa uma melhoria em relação às gerações anteriores. O Brasil está acima da média dos países da região para o mesmo período, que foi de 51% para esta mesma faixa etária.

Avaliação regional dos progressos na aprendizagem

No encontro no Rio de Janeiro, a UNESCO também irá informar os representantes do setor da educação dos países participantes sobre o progresso do plano de trabalho do Terceiro Estudo Regional Comparativo e Explicativo (TERCE), que tem acompanhado os progressos na aprendizagem dos estudantes na América Latina e no Caribe e que será implementada, em breve, em 16 países da região e no estado mexicano de Nuevo León.

Recentemente, o Brasil comprometeu-se a participar nessa avaliação regional do ensino, implementada pelo LLECE da OREALC/UNESCO-Santiago.

Jornalistas podem obter informação complementar ou solicitar entrevista com:

  • Qian Tang, Diretor Geral Adjunto de Educação da UNESCO, ou
  • Jorge Sequeira, diretor do Escritório Regional de Educação para América Latina e o Caribe

Favor entrar em contato com:

Carolina Jerez, [email protected]
Seção de Gestão do Conhecimento
Escritório Regional de Educação da UNESCO para a América Latina e o Caribe
OREALC/UNESCO-Santiago

Mais informações

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