Sudão: Capacetes Azuis sob fogo em Darfur Ocidental

As forças de manutenção da paz em patrulha no oeste da região devastada pela guerra sudanesa de Darfur foram emboscadas nesta quinta-feira (29) por homens armados não identificados, com sete Capacetes Azuis – como são conhecidos os membros das Forças de Paz da ONU – feridos, relataram as Nações Unidas.

Segundo o Departamento de Operações de Manutenção da Paz das Nações Unidas (DPKO), as tropas revidaram sobre seus atacantes, que fugiram. A missão de paz conjunta das Nações Unidas e da União Africana em Darfur (UNAMID) enviou imediatamente tropas de reforço para o local do confronto. E posteriormente todos os capacetes azuis retornaram à sua base, onde os feridos na emboscada estão recebendo tratamento médico.

Os incidentes ocorrem em meio à violência em outras partes de Darfur, onde um número estimado de 300 mil pessoas foram mortas e outras 2,7 milhões foram deslocadas nos últimos sete anos devido a combates entre rebeldes e forças governamentais apoiadas pela milícia aliada Janjaweed.

No fim de semana, os confrontos eclodiram no acampamento de Kalma destinado a pessoas deslocadas internamente (IDP), após a última rodada de negociações de paz na capital do Catar, Doha, que visa acabar com o conflito de Darfur. Alguns dos moradores do acampamento afirmam que não foram plenamente representados. Uma pessoa ficou ferida e não houve mortes. Além disso, as autoridades sudanesas prenderam duas pessoas por tentarem assaltar um xeque que participou da conferência de Doha.

Os atiradores se identificaram como membros da facção Abdul Wahid do Exército de Libertação do Sudão (ELS), um dos numerosos grupos rebeldes que têm lutado contra as forças do governo.

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou sua preocupação com os confrontos no campo de Kalma pedindo a todos os lados “para resolver suas diferenças através do diálogo político e que se abstenham de qualquer ação que possa incitar violência”. Em sua declaração ele observou que a Chefe Mediador da Junta da UA-ONU, Djibril Bassolé, e a UNAMID estão fazendo todo o possível para acalmar a situação e facilitar a reconciliação.