Novos recrutamentos pelos exércitos do Nepal e maoístas preocupam ONU

Em 2006, rebeldes maoístas e o governo do Nepal assinaram um acordo de paz histórico.A Missão das Nações Unidas no Nepal (UNMIN) expressou hoje (3) sua profunda preocupação face às notícias de que tanto o exército nacional quanto o exército maoísta planejam recomeçar a recrutar pessoas, o que constituiria uma violação do pacto de paz de 2006, que terminou com a década de guerra civil no país.

A UNMIN foi criada para apoiar o processo de paz do Nepal e suas tarefas incluem o monitoramento da gestão de armas e de pessoas armadas tanto do exército maoísta quanto do Nepal, bem como o fornecimento de assistência aos mecanismos de controle do cessar-fogo. Novos recrutamentos por parte desses exércitos também violariam o acordo de armas, assinado pelos mesmos.

“A UNMIN mantém sua posição de que qualquer contratação do exército do Nepal ou do exército maoísta constituem uma violação ao Acordo de Paz Global e do Acordo para Monitorar a Gestão de Armas e Exércitos (AMMAA)”, disse a missão numa declaração.

A missão lembrou que qualquer contratação de pessoal, inclusive para fins de preenchimento de vagas, é proibida segundo o acordo de armas, a menos que tenha sido feito um acordo entre as partes envolvidas. Qualquer proposta de recrutamento deve ser encaminhada à aprovação do Comitê de Coordenação de Vigilância (Joint Monitoring Coordination Committee – JMCC), organismo presidido pela UNMIN que inclui membros de ambos os exércitos e é responsável pela supervisão do cumprimento pelas partes do AMMAA .

A UNMIN já se comunicou com o governo e o Partido Comunista Unificado do Nepal-maoísta (UCPN-M), aconselhando-os a “respeitar os acordos passados e agir neste mérito com boa-fé”.