Cooperação entre ONU e União Africana deve ser fortalecida, pede Secretário-Geral Adjunto da ONU

Jan Eliasson, Vice Secretário-Geral A parceria entre União Africana (UA) e Nações Unidas deve ser fortalecida e mais efetiva, afirmou neste domingo (15) o Secretário-Geral Adjunto da ONU, Jan Eliasson, durante seu discurso na 19ª reunião da UA, realizada em Adis Abeba, Etiópia. Ele ressaltou a importância de uma cooperação estreita entre as organizações em questões como a instabilidade no Mali e a crise de fome na região do Sahel. “Isso fortalecerá ambas organizações para desempenhar as responsabilidades que podem gerar o bem-estar do povo deste grande continente”.
Para Eliasson, a ONU, a UA e Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (ECOWAS) devem continuar trabalhando juntas para restaurar a integridade territorial e a segurança humana no Mali. “A situação no Norte do Mali, onde milícias continuam a controlar as populações, é alarmante e ameaça a região — e, eu diria, além dela”.
Ele também afirmou ser vital intensificar esforços para encontrar uma solução humanitária e política para encerrar o sofrimento na região do Sahel, onde 18 milhões de pessoas correm o risco da fome. “Um milhão de crianças estão em perigo imediato. O mundo tem que acordar para esse desastre humanitário em ocorrência, sem dúvida o pior do mundo atualmente”.
Eliasson ainda citou a demanda de focar na realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). O relatório Avaliando o Progresso na África rumo aos ODM da ONU e parceiros, publicado na sexta-feira (13), mostra que a África Subsaariana ainda tem que fornecer acesso a empregos decentes e serviços sociais. No entanto, revela os avanços alcançados no acesso à escola primária, na paridade de gênero na escola primária, na paridade de gênero nos Congressos Nacionais e nas taxas de prevalência do HIV/AIDS.
“A África já fez um progresso estável — na educação, igualdade de gênero, saúde e redução da pobreza. Eles colocaram milhões de crianças na escola. Praticamente todas as suas crianças obtiveram o ensino primário, o que ajudará a construir o seu futuro”, disse Jan Eliasson. “Toda essa energia positiva e vitalidade, que emana desse grande continente africano, devem ser reconhecidas, já que os conflitos violentos dominam as manchetes.”