Falando na sexta-feira (18/05) em Genebra, Ahmad Fawzi, Porta-voz de Koffi Annan, disse a jornalistas que o Enviado da ONU para a Síria mencionou o envolvimento de um “terceiro elemento” na violência, o que levou a preocupações adicionais. “Nós ainda não fomos capazes de verificar a que organização este elemento pertence – nem quem é – mas estamos no processo de fazê-lo”, disse Fawzi. “As principais características dos incidentes e explosões mostram que parecem vir de outras fontes que não são a oposição ou o governo. Isto ainda tem que ser verificado”.
Ahmad Fawzi acrescentou que os ataques em 10 maio em Damasco foram, inicialmente, reivindicados por um grupo jihadista, mas o mesmo grupo negou a autoria alguns dias depois. “Temos que ser muito, muito cautelosos ao delegar a responsabilidade da autoria”.
Durante uma coletiva de imprensa na sede da ONU em Nova York na sexta-feira, Martin Nesirky, Porta-voz do Secretário-Geral Ban Ki-moon, disse que os ataques em Damasco claramente foram realizados por um grupo com organização e intenção. “Alguns dos ataques que vimos certamente possuem algumas características terroristas com os quais estamos familiarizados em outros outros lugares – há uma verdadeira preocupação, partilhada pelo Secretário-Geral, de que os grupos terroristas já estejam aproveitando a contínua violência e a insegurança na Síria”.
Em relação ao possível envolvimento de terceiros, como o grupo terrorista al-Qaeda, na violência na Síria, o chefe da Missão de Supervisão da ONU na Síria (UNSMIS) e Observador Militar Chefe, Major-General Robert Mood, observou que houve alguns “incidentes muito preocupantes”, como ataques com bombas mortais em Damasco em 10 de maio, que teriam matado ou ferido dezenas.
“É praticamente impossível decidir de onde veio este tipo de violência, nesta fase. Estou preocupado com os incidentes onde os civis inocentes são alvo de dispositivos explosivos improvisados. Tenho visto os relatórios referentes a esses ataques e, se estiverem certos, é um desenvolvimento preocupante”.