Navio de pesquisa apoiada pela ONU vasculha Oceano Índico em busca de resíduos plásticos

Garrafas de plástico e resíduos de lixo de uma aldeia em Timor-Leste nas margens de um rio que serão derramados no mar. Foto: ONU/Martine Perret
Garrafas de plástico e resíduos de lixo de uma aldeia em Timor-Leste nas margens de um rio que serão derramados no mar. Foto: ONU/Martine Perret

As Nações Unidas dão seu apoio a um projeto que traça o impacto dos resíduos de plástico, incluindo sacos plásticos e “microplásticos”, usados em produtos como cosméticos e sabonetes líquidos, no Oceano Índico. Estes matérias provocam um risco de alterações dramáticas nos ecossistemas marinhos mesmo em um dos ambientes menos conhecidos e menos visitados do mundo.
Estima-se que 5 trilhões de pedaços de plástico flutuem atualmente em oceanos do mundo, contra nenhum em 1950, o que levanta uma pergunta sobre seu potencial impacto sobre a cadeia de abastecimento alimentar que se estende do plâncton ao marisco, salmão, atum e, eventualmente, aos seres humanos. A ingestão de lixo pode causar sérios danos aos animais, destacou a ONU nesta sexta-feira (14).
Com estes fatos preocupantes em mente, a Organização da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO) apoia os esforços do navio de pesquisa, operado pelo Instituto Norueguês de Investigação Marinha (IMR), que desbrava os mares do Oceano Índico pesquisando o lixo. Cerca de 18 cientistas de oito países e tripulantes estão a bordo agora, na segunda das duas missões sazonais para avaliar a escala e a natureza do lixo industrial em partes remotas do sul deste oceano e para estudar como a corrente cíclica local opera espalhando plâncton e pequenos peixes.
Na atual missão, a tripulação também está lançando novos sensores de alta tecnologia para medir os níveis de uma gama de elementos biológicos em águas profundas. Fornecido pela Austrália, com ajuda da Índia, esses sensores robóticos são um passo além dos robôs flutuantes já em uso para monitorar temperaturas do oceano e a salinidade, já que são programados para mergulhar até 2 mil metros para medir indicadores de saúde oceânicas.