ONU anuncia conferência sobre a Síria para janeiro

Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fala a jornalistas na sede das Nações Unidas. Foto: ONU/Eskinder Debebe
Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fala a jornalistas na sede das Nações Unidas. Foto: ONU/Eskinder Debebe

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou nesta segunda-feira (25) para 22 de janeiro a conferência internacional sobre a Síria. O evento, que será sediado em Genebra, reunirá o governo e a oposição em uma mesa de negociação pela primeira vez desde que o conflito começou, em março de 2011.

“Esta é uma missão de esperança”, disse Ban Ki-moon a jornalistas na sede das Nações Unidas em Nova York.

Ban Ki-moon pediu que a próxima conferência, conhecida como “Genebra II”, seja um “veículo para uma transição pacífica” que satisfaça as legítimas aspirações de todo o povo sírio por liberdade e dignidade, bem como garanta a segurança e proteção a todas as comunidades na Síria.

O objetivo de Genebra II é obter uma solução política para o conflito através de um acordo global entre o governo e a oposição para a plena implementação do comunicado de Genebra, adotada após a primeira reunião internacional sobre o assunto em 30 de junho de 2012.

O comunicado, aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU, estabelece passos-chave em um processo para acabar com a violência. Entre estes, o estabelecimento – com base no consentimento mútuo – de um órgão de governo de transição com poderes executivos completos, incluindo sobre as instituições militares e de segurança.

“Espero que todos os parceiros e partes demonstrem o seu apoio a negociações construtivas”, disse Ban Ki-moon . “Todos devem mostrar visão e liderança.”

Ele acrescentou que seria “imperdoável” não aproveitar esta oportunidade, e reiterou que o conflito continua a ser “a maior ameaça global à paz e à segurança”, que só pode ser resolvido através de meios políticos.

Os combates já mataram mais de 100 mil pessoas, retirando quase 9 milhões de suas casas e deixando inúmeros desaparecidos e detidos, com “terríveis violações dos direitos humanos”, disse Ban Ki-moon. Além disso, o conflito sírio continua a abalar a região e forçar encargos inaceitáveis sobre os países vizinhos, frisou.

Ban Ki-moon pediu a todas as partes a começar a trabalhar agora e tomar medidas para colaborar para o sucesso da conferência, “inclusive para a cessação da violência, pelo acesso humanitário, libertação dos detidos e regresso dos refugiados sírios e deslocados aos seus lares”.

O chefe da ONU expressou sua “profunda gratidão” aos estados que tomaram a iniciativa, os governos da Rússia e dos Estados Unidos, assim como para outros Estados-membros e ao representante especial conjunto da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi – este último deve conversar com jornalistas ainda hoje, em Genebra.

(Atualizado às 15h33)