ONU continua a apressar abastecimento de suprimentos para o Quirguistão

O Programa Mundial de Alimentos da ONU (PMA) continua a distribuir suprimentos a pessoas que foram atingidas por recentes conflitos étnicos no sul do Quirguistão.

De acordo com a agência, quase todos os 75 mil uzbeques que fugiram pela fronteira com o Uzbequistão após a violência ter irrompido nas cidades de Osh e Jalalabad, no Quirguistão, retornaram. Muitos estão abrigados em campos ou estão com famílias que os acolheram, uma vez que suas casas foram destruídas.

Até o momento, o PMA já levou suprimentos alimentares a 270 mil pessoas extirpadas pela violência que eclodiu há três semanas. O PMA distribuiu na semana passada comida para cerca de 6.300 pessoas na área do mercado central de Osh. Os membros da agência informaram que o mercado estava aberto e cheio, com sinais que apontam que a vida começa a voltar ao normal.

Também na semana passada, um comboio de 28 caminhões de ajuda da ONU cruzou do Uzbequistão ao Quirguistão, onde foi recebido pelo Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), António Guterres, e pelo diretor regional do PMA para o Oriente Médio e a Ásia Central, Daly Belgasmi.

Oito dos caminhões foram carregados com 150 toneladas de alimentos, incluindo farinha de trigo, óleos vegetais, legumes e grãos, e serão distribuídos às pessoas internamente deslocadas (IDPs), refugiados que retornam e outros. O PMA solicitou cerca de 23 milhões de dólares como parte de um conjunto maior requerido pela ONU, de mais de 70 milhões, para ajudar pessoas afetadas pelos confrontos.

Os conflitos, que acontecem na sequência do violento levante que derrubou o ex-presidente Kurmanbek Bakiyev, em abril, já deslocaram pelo menos 300 mil pessoas no Quirguistão. “O mundo foi pego de surpresa com o Quirguistão, não podemos ser pegos de surpresa novamente”, disse Guterres aos jornalistas em um website para os refugiados que retornaram e IDPs no sul do país. “Comunidades inteiras foram aqui deixadas fraturadas e amarguradas. É necessária uma ajuda humanitária imediata e consistente, para evitar uma expansão perigosa de queixas e perdas”, acrescentou o Alto Comissário.