ONU convoca novo encontro para negociação sobre conflitos no Saara Ocidental

Familiares de refugiados sarauis na Argélia embarcam no Saara Ocidental para visitar seus parentes.Delegações do Marrocos e da Frente Polisário compareceram à quarta sessão de conversas informais em Nova York sobre o fim do conflito no Saara Ocidental, a convite do Enviado Pessoal do Secretário-Geral da ONU.

Ao encontro de três dias em Long Island (EUA), convocado pelo Enviado, Christopher Ross, também compareceram delegados de Estados vizinhos, Argélia e Mauritânia. Assim como nas últimas conversas, as discussões, que terminaram sábado (18/12) ocorreram sob “uma atmosfera de sério engajamento, franqueza e respeito mútuo”, de acordo com declaração emitida pelo gabinete de Ross. “Ambas as partes propuseram ideias concretas que serão desenvolvidas nas duas próximas sessões de conversas informais, a serem realizadas entre 21 e 22 de janeiro e março de 2011.”

As delegações também discutiram o Programa de Construção de Medidas de Confiança estabelecido pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) e confirmaram a continuidade de visitas familiares por via aérea. Conforme acordado durante a terceira sessão de conversas, as quatro delegações planejam encontrar-se com o ACNUR em um futuro próximo para revisar a implementação do “Plano de Ação” na íntegra e avançar na de visitas familiares por via terrestre.

Ross pediu a  ambas as partes que ajudem a criar uma atmosfera de confiança, de modo a fazerem progresso nas negociações e para evitar ocorrências que possam ter efeitos negativos no processo. Em sua resolução 1871 de 2009, o Conselho de Segurança pediu que o diálogo continuasse sob os auspícios do Secretário-Geral, para o alcance de “uma solução política justa, duradoura e mutuamente aceitável, que forneça o necessário à autodeterminação do povo do Saara Ocidental.”

A ONU tem estado envolvida com os esforços de resolução da situação no Saara Ocidental desde 1976, quando eclodiram os combates entre Marrocos e a Frente Polisário, após o término da administração colonial espanhola do território. O Marrocos apresentou um plano de autonomia, enquanto a posição da Frente Polisário é de que o destino do território deve ser decidido em um referendo que inclua como opção a independência.