ONU reforça pedido de acesso para entrega de ajuda humanitária na Síria

Crianças sírias deslocadas pela escalada de violência no país. Foto: ACNUR/B.Sokol
Crianças sírias deslocadas pela escalada de violência no país. Foto: ACNUR/B.Sokol

Apesar da necessidade de atenção às pessoas afetadas pelo conflito continuar a crescer progressivamente, o pedido do Conselho de Segurança da ONU para obter acesso para a entrega de ajuda na Síria não produziu o efeito esperado, comunicou a subsecretária-geral das Nações Unidas para assuntos humanitários, Valerie Amos, durante uma coletiva de imprensa realizada nessa última quarta-feira (4) na sede da Organização.

O Conselho adotou em fevereiro a resolução 2139 para responder às questões relacionadas com o acesso às pessoas necessitadas dentro da Síria; as obrigações das partes implicadas no respeito ao direito internacional humanitário; bem como a desmilitarização de escolas e hospitais.

“Desde o último relatório do secretário-geral, notamos um aumento significativo no uso indiscriminado de bombas de barril por parte do governo, ataques com morteiros por grupos de oposição, gases venenosos supostamente usados contra civis e a punição coletiva de civis”, afirmou Amos.

As agências humanitárias só conseguem chegar a cerca de 7% das pessoas que vivem em áreas sitiadas. Em meio a essa escalada de violência na Síria se encontram 6,5 milhões de pessoas deslocadas no interior do país, o que representa cerca de 20% do número total de pessoas deslocadas internamente por conflitos em todo o mundo.

Além disso, 241 mil pessoas permanecem sob cerco, e pelo menos 2,5 milhões de pessoas na cidade de Alepo foram deliberadamente privadas de água durante mais de uma semana em maio, quando grupos de oposição armados fecharam a principal estação de bombeamento da cidade.

Pelo menos 90 mil pessoas localizadas em áreas de difícil acesso tiveram negado o direito de assistência médica devido à retirada de medicamentos e equipamentos médicos de comboios interagenciais, Amos acrescentou.

“Com a falta de progresso no campo político, a pressão e as expectativas colocadas sobre os atores humanitários aumentou”, destacou. “A ONU e os seus parceiros tentam encontrar formas de intensificar a assistência destinada a salvar vidas em toda a Síria, em um ambiente extremamente complexo, onde trabalhadores humanitários colocam suas vidas em risco para ajudar aqueles que necessitam.”