Presidente da Assembleia Geral da ONU pede por parceria ampla para atingir metas do milênio

O presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, Joseph Deiss, pediu nesta segunda-feira (20) aos países doadores, à sociedade civil e ao setor privado para colaborar mais estreitamente na luta contra a pobreza, a fome e a doença. Ele ressaltou que uma parceria global é a chave para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

Em seu discurso na abertura da Reunião Plenária de Alto Nível da Assembleia Geral (http://www.un.org/en/mdg/summit2010/), Deiss ressaltou que a comunidade internacional tem um dever moral de se importar com o bem-estar de seus membros mais vulneráveis.

Ele pediu aos cerca de 140 chefes de Estado que participam na reunião de três dias para enviar “uma mensagem forte sobre a vontade de realizar” os ODM até 2015. “Nós devemos, queremos e podemos fazer isso”, disse o presidente. “Não temos o direito de falhar. O mundo está nos observando”.

Dados mostram que foi obtido um “progresso real” em alguns dos ODM desde que foram formulados na Cúpula da ONU, em 2000, com o declínio substancial da pobreza nas duas últimas décadas.

Mas, segundo Deiss há países atrasados em algumas regiões, como na África Subsaariana. Existem ainda falhas em algumas áreas, especialmente no que diz respeito à erradicação da fome, à redução da mortalidade infantil e à melhoraria da saúde materna. “São necessários mais esforços”, instou o presidente da Assembleia.
Líderes globais e altos funcionários dos governos estarão presentes na Reunião Plenária de Alto Nível da Assembleia Geral dos próximos três dias e examinarão, em debates, como podem centrar seus esforços nos próximos cinco anos para tentar atingir os ODM.

Secretário-Geral da UNCTAD pede mais investimentos pró-ODM

O Secretário-Geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), Supachai Panitchpakdi, encorajou várias mudanças políticas e ações urgentes para alcançar os ODM, incluindo um aumento significativo do investimento público, uma maior produção agrícola nos países onde a insegurança alimentar ainda é um problema constante e a mobilização de recursos privados nacionais para aumentar, a longo prazo, o investimento produtivo.

Ele também disse que a ajuda oficial ao desenvolvimento também deve aumentar e uma maior atenção deve ser dada à desigualdade, que aumentou no mundo. Citou o desenvolvimento rural em seu próprio país, a Tailândia, que ajudou a tirar milhares de pessoas da pobreza, bem como as projeções de que as políticas semelhantes em outras regiões no leste da Ásia poderiam ajudar cerca de 200 milhões de pessoas em situação de pobreza.

O presidente do Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC), Hamidon Ali, incentivou um papel mais forte do órgão para monitorar a responsabilidade e o compromisso de países desenvolvidos e em desenvolvimento. “Espero que esse papel se torne o pilar central para o Conselho nos próximo anos”.

O presidente da Assembleia Geral de 2009 e co-presidente da Reunião de Alto Nível, Ali Treki, disse que a apenas cinco anos para o prazo final, muitos progressos foram feitos, com muitas mais crianças na escola e com mais cuidados de saúde alcançando os mais pobres e mais vulneráveis. Contudo, ele ressaltou que ainda há muito a ser realizado. “Devemos ser francos e admitir que tudo o que dissermos ou acordarmos nos dias que se seguem será apenas palavras, a menos que os países e as comunidades mais pobres comecem a ver melhorias em suas vidas”.