As economias africanas continuarão a se beneficiar das elevadas taxas de crescimento este ano, mas os Estados precisam desempenhar um papel maior na criação de empregos e na redução da pobreza, afirmou o Relatório Econômico sobre a África 2011, lançado nesta quarta-feira (18/05) pela Comissão Econômica da ONU para a África e pela União Africana (UA).

O documento aponta o aumento dos preços das commodities e das demandas exportação, bem como a ajuda e os investimentos nas indústrias de extração como razões fundamentais para o crescimento econômico de alguns países do continente. O turismo e boas colheitas agrícolas também contribuíram para resultados melhores em algumas regiões.

Apesar de alguns bons resultados, o relatório observa que a África ainda está longe de atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e que a criação de empregos não acompanhou o crescimento econômico. As recentes agitações políticas e sociais em países do norte do continente também refletem o descontentamento popular com o alto nível de desemprego e com o preço dos alimentos, apontam os autores do documento.

Eles afirmam que economias emergentes em outros continentes realizaram uma transformação econômica através da intervenção deliberada do Estado, por meio de medidas como formulação de políticas de desenvolvimento, investimento adequado e criação de instituições apropriadas. “Um Estado desenvolvimentista pode ser definido como aquele que tem a capacidade de impor sua autoridade, credibilidade e legitimidade de maneira a desenvolver e implementar políticas de desenvolvimento”, completaram.