Os governos devem reconhecer o papel econômico e ambiental que os pantanais desempenham no apoio à vida humana e à biodiversidade, de acordo com um relatório apoiado pelas Nações Unidas divulgado na terça-feira (16). Produzido pela iniciativa Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade (TEEB), o relatório salienta que a proteção é essencial para os países fazerem a transição para economias de recursos eficientes e sustentáveis, assim como também incentiva as empresas a avaliar quais são os riscos de operações nos pantanais, bem como sua dependência deste recurso.

“As políticas e decisões muitas vezes não levam em conta os muitos serviços que os pantanais fornecem, levando à rápida degradação e perda de pantanais no mundo”, disse o Diretor Executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Achim Steiner, em um comunicado à imprensa sobre o relatório, que é intitulado “A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade para a água e pantanais”.

O relatório apresenta uma série de recomendações que atrasariam e, finalmente, travariam a degradação dos pantanais. Estas incluem: a integração dos pantanais e zonas úmidas nacionais em processos de decisão; a garantia de que os serviços destes locais sejam totalmente considerados como soluções para gestão da terra e da água; o comprometimento em proteger a biodiversidade neste ecossistema; e a garantia da participação das comunidades, incluindo os povos indígenas, na gestão de soluções.

Metade das áreas úmidas e pantanais do mundo foram perdidas durante o século XX – devido, principalmente, a fatores como produção agrícola intensiva, insustentável extração de água para uso doméstico e industrial, a urbanização, o desenvolvimento de infraestrutura e a poluição, segundo o PNUMA. A contínua degradação está resultando em significativos encargos econômicos sobre as comunidades, países e empresas.