Representante da ONU pede calma após morte violenta no Kosovo

Representante das Nações Unidas no Kosovo, Lamberto Zannier. Foto: ONUO Representante das Nações Unidas no Kosovo, Lamberto Zannier, pediu que todos os lados busquem o diálogo e a calma após o “trágico” evento de violência no norte da região, lugar onde permanecem as principais tensões entre as comunidades albanesas e sérvias.

No dia 2 de julho, as autoridade do Kosovo inauguraram um centro de registro de nascimento, morte e casamento, assim como de certificação de documentos de identidade e passaporte. O centro foi aberto numa área de grande diversidade étnica, na cidade de Mitrovica, ao norte da região. Cerca de 2 mil pessoas protestaram contra a abertura do centro e a manifestação acabou com a explosão de uma bomba que resultou na morte de um médico bósnio e deixou onze sérvios feridos. Pristina e Belgrado – capitais de Kosovo e Sérvia, respectivamente – condenaram o evento, mas cada lado culpa o outro por provocar o incidente.

O Representante Especial da ONU disse ao Conselho de Segurança que a inauguração faz parte dos esforços das autoridades do Kosovo em estabelecer suas instituições ao longo de seu território, mas afirmou que essas ações geram protestos por parte das comunidades sérvias da região norte. Porém, em outras áreas da região, os sérvios têm aumentando o uso dos escritórios de registro civil do governo do Kosovo.

Zannier pediu às lideranças para “abster-se de declarações provocativas e manter a calma” e disse que as autoridades competentes devem “tomar medidas urgentes para trazer os responsáveis à justiça”. O Representante Especial, que também lidera a Missão da Administração Provisória do Kosovo (UNMIK), disse ao Conselho que desde o incidente do dia 2 de julho, “a situação de insegurança no norte do Kosovo é mais tensa do que o normal.”

Na manhã da segunda-feira (5), Petar Mileti, parlamentar sérvio membro da Assembleia do Kosovo, recebeu um disparo na perna feito por um assaltante desconhecido na frente de sua casa. Ele não corre risco de morte, mas o atentado fez crescerem as tensões na região. Para Zannier, os eventos recentes apontam a necessidade de iniciar urgentemente um diálogo entre as partes.

A UNMIK administrava o Kosovo desde 1999, quando a OTAN expulsou as forças da Iugoslávia em meio a uma luta étnica entre sérvios e albaneses, mas desistiu do seu papel administrativo em 2008, quando os albaneses do Kosovo declararam a independência da região. Os sérvios rejeitam a declaração de independência e continuam esperando um papel mais ativo da Missão da ONU.