Sob bombardeios indiscriminados, líbios sofrem com escassez de alimentos e bens básicos, alerta ONU

Um mercado na capital líbia, Trípoli. Foto: UNSMIL/Abbas Toumi
Um mercado na capital líbia, Trípoli. Foto: UNSMIL/Abbas Toumi

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH) expressou nesta sexta-feira (08) uma séria preocupação com a situação crítica na Líbia devido à onda de violência entre vários grupos armados, principalmente em Bengazi e Trípoli. Segundo relatos, bombardeios indiscriminados e frequentes a áreas densamente povoadas em ambas as cidades estão causando mortes e deixando civis feridos, incluindo crianças.
 
“As condições de vida para os civis em ambas as cidades está se deteriorando progressivamente com a diminuição do fornecimento de alimentos, combustível e eletricidade”, disse a porta-voz do ACNUDH, Ravina Shamdasani, à imprensa. Segundo relatos iniciais, ambos os lados do conflito mantém prisioneiros que estão sendo torturados. Além disso, a agência de direitos humanos continua a receber informação sobre ataques contra profissionais de mídia e às unidades de saúde. 
 
“Os responsáveis ??diretos de tais crimes na Líbia, assim como os comandantes que ordenaram ou não conseguiram parar a prática de tais crimes devem ser processados, inclusive pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Não deve haver impunidade”, ressaltou. O ACNUDH também destacou que sob o direito internacional, ataques indiscriminados são crimes, assim como os ataques contra civis ou propriedades civis. Além disso, a tortura é considerada um crime de guerra. 
 
Na ocasião, a agência da ONU apelou a todas as partes envolvidas no conflito para que cessem imediatamente todas as violações do direito internacional e se envolvam em um diálogo pacífico para resolver suas diferenças. O parlamento recém-eleito na Líbia se reuniu pela primeira vez nesta semana trazendo esperança de que os líderes políticos possam estabelecer a paz à nação norte-africana.