Condições precárias em campos de refugiados no Quênia preocupam

Chefes de três agências da ONU expressaram neste domingo (03/04) preocupação com as condições de vida nos acampamentos de refugiados em Dadaab (Quênia), que abrigam mais de 314 mil somalis que escaparam da guerra que há mais de duas décadas assola seu país. Os acampamentos, cuja capacidade original era de 90 mil pessoas, são hoje uma das maiores concentrações de refugiados do mundo.

O Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres, disse que os somalis buscam abrigo não só em países vizinho, como Quênia, Djibouti e Etiópia, mas nos cinco continentes. Ele pediu a todos os países que mantenham suas fronteiras abertas para permitir que os refugiados somalis vivam com dignidade, e fez um apelo para que o Governo queniano permita a implementação de uma nova área de refugiados em Dadaab, chamada de “Ifo II”.

“Hoje encontrei mulheres e crianças somalis que fugiram do conflito e chegaram nos acampamentos traumatizadas e desnutridas”, declarou a Diretora Executiva do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Josette Sheeran, referindo-se aos grupos mais vulneráveis das concentrações de refugiados. Ela reiterou o compromisso das agências da ONU de oferecer proteção e fornecer alimentação e abrigos para os refugiados em Dadaab.

Segundo a Diretora Executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet, além de terem deixado suas casas, as mulheres também estão expostas à violência sexual. “Devemos continuar fazendo o máximo para proteger garotas e mulheres, além de ajudar também com sua contribuição como membros produtivos da comunidade”, completou.

Condições precárias de higiene, resultadas do congestionamento dos acampamentos, expõem os refugiados à riscos à saúde e ameaças à segurança. Em alguns casos, um banheiro é dividido por 300 pessoas. Em meio à crescente tensão nos campos por causa de superlotação, as agências da ONU estão em alerta para a possibilidade da chegada de mais refudiagos de países visinhos e do impacto potencial que este influxo poderá ter na segurança da região.

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