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ONU pede ações baseadas na filosofia de Mahatma Gandhi da não violência

Mensagem do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para o Dia Internacional da Não Violência 2014. A data é marcada anualmente em 2 de outubro.

Gandhi

“Neste Dia Internacional da Não Violência, comemoramos a filosofia de Mahatma Gandhi, que por meio de seu exemplo provou que os protestos pacíficos poderiam realizar muito mais do que a agressão militar.

Os princípios consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada em 1948, o ano da morte de Gandhi, devem muito a suas crenças.

Neste momento de aumento da violência sectária e a destruição arbitrária de sítios e patrimônios culturais, é oportuno recordar o chamado de Gandhi para a paz e a reconciliação, bem como sua advertência de que “olho por olho o mundo acabará cego”.

Temos de promover uma cultura de paz, construída por meio do diálogo e do entendimento, para vivermos juntos em harmonia, respeitando e celebrando a rica diversidade da humanidade.

Não há maior ferramenta do que a educação para ampliar a dignidade humana, promover uma cultura de não violência e construir a paz duradoura. Por meio da educação, podemos criar novas formas de viver uns com os outros e com o planeta.

A educação pode também lançar as bases para o desenvolvimento de novas formas de cidadania global e solidariedade, tão essenciais no mundo de hoje.

Neste dia, eu convoco todas as pessoas para combater as forças da intolerância, avançar a cidadania global e forjar a solidariedade humana com base na filosofia de Mahatma Gandhi da não violência.”

Saiba mais sobre a data em www.un.org/en/events/nonviolenceday

Gandhi

Dia Internacional da Não-Violência – 2 de outubro de 2011

Mensagem de Ban Ki-moon, Secretário-Geral das Nações Unidas

This sculpture is a gift from the Government of Luxembourg and was presented to the United Nations in 1988. It consists of a large replica in bronze of a .45-calibre revolver, the barrel of which is tied into a knot. It was created in 1980 as a peace symbol by Swedish artist Carl Fredrik Reuterswärd, and is located at the Visitors' Plaza, facing First Avenue at 45th Street. (UN Photo/Michos Tzovaras)

Nós marcamos este Dia Internacional da Não-Violência em um mundo dramaticamente alterado desde nossa última celebração. O poderoso motor por trás desta onda de mudanças – começando na Tunísia e depois se espalhando pelo Norte da África, pelo Oriente Médio e por outros lugares – não foi outro senão uma luta não-violenta por democracia e direitos humanos.

Os indivíduos – muitos deles jovens – no comando e no coração destes movimentos derrubaram regimes de longa data, repreenderam aqueles que fazem uso da violência e incentivaram outros povos oprimidos a pensar que o caminho da não-violência pode funcionar para eles também.

Há um alto risco para aqueles que olham para o cano de uma arma munidos apenas do conhecimento que eles têm direito. Mas indivíduos corajosos que acreditam e fazem uso da não-violência deixam os opressores diante do que é, para eles, uma opção desagradável – reprimir mais severamente ou negociar. A primeira opção simplesmente revela a falência dos sistemas que eles estão defendendo, enquanto a última pode muito bem definir a mudança em movimento. É por isto que a não-violência frequentemente confunde aqueles que a enfrentam; é por isto que a não-violência é tão poderosa.

A Carta das Nações Unidas claramente prioriza uma abordagem pacífica, não-violenta como seu primeiro recurso – utilizando meios como a negociação, a mediação, a arbitragem e a solução judicial.

Quando o Conselho de Segurança sancionou o uso de medidas coercivas, como foi feito no início desde ano na Líbia e na Costa do Marfim, foi para proteger os civis – e mesmo assim apenas como última medida, diante da violência.

Nosso trabalho de não-violência para construir sociedades pacíficas e estáveis assume diversas formas – da promoção de valores e normas ao estabelecimento de instituições. O Estado de Direito, o desenvolvimento sustentável, a construção e a manutenção da paz – estes são os elementos da agenda da ONU para uma mudança não-violenta. Nós estamos nos esforçando para intervir mais cedo, antes das tensões aumentarem, e mais rapidamente quando elas o fizerem. Estamos fortalecendo nossas parcerias estratégicas para que nós possamos responder mais rapidamente às crises, ao mesmo tempo em que apoiamos as instituições nacionais para o diálogo e a mediação.

O Dia Internacional coincide com o aniversário do nascimento de Mahatma Gandhi, líder do movimento histórico e não-violento da Índia por independência. Sua abordagem transformadora e transcendente tem raízes profundas no passado da Índia. Cerca de dois mil anos antes, o imperador Ashoka renunciou ao recurso da guerra e se dedicou ao desenvolvimento pacífico de sua sociedade. Sua ideia de paz e não-violência se estendeu à proteção de animais e árvores – a sustentabilidade à frente do seu tempo.

Outros pelo mundo também levantaram esta bandeira, de Chico Mendes, no Brasil, ao reverendo Martin Luther King Jr., nos Estados Unidos, de Nelson Mandela, na África do Sul, à professora Wangari Maathai, no Quênia. Todos estes líderes inspiraram movimentos globais aos quais se juntaram inúmeros outros, que abraçaram a não-violência como um valor fundamental e um princípio vital.

O valor atemporal da não-violência, que tanto já realizou no último ano, tem um papel vital a desempenhar em todos os países, inclusive em democracias estabelecidas. Neste Dia Internacional, vamos novamente nos comprometer em apoiar a não-violência. A não-violência não é apenas uma tática eficaz; é uma estratégia e uma visão definitiva. Fins duráveis como a paz só podem ser alcançados através de meios duráveis – a não-violência.

Dia Internacional da Não-Violência – 2 de outubro de 2010

Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, durante coletiva de imprensa. Foto: ONU.Mensagem do Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon

No Dia Internacional da Não-Violência comemora-se o nascimento de um dos maiores porta-vozes da causa, Mahatma Gandhi. “A não-violência é a maior força da humanidade”, ele disse.

A ONU esforça-se por utilizar esta força para vencer os preconceitos, pôr fim aos conflitos e promover o respeito e a compreensão mútua entre os povos e os países. O apelo ao princípio da não-violência está presente em toda a Carta das Nações Unidas: “praticar a tolerância, […] viver em paz uns com os outros, num espírito de boa vizinhança; assegurar… que não se fará uso da força, a não ser para a defesa do interesse comum”.

Trabalhamos diariamente para pôr em prática esses nobres princípios através da promoção dos direitos humanos, da mediação de conflitos, da promoção de campanhas a favor do fim da violência contra as mulheres; e nos empenhamos na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, para construir pontes entre as culturas e combater o ódio e o extremismo, em todo o mundo.

É um trabalho que não pode ser feito unicamente pelos governos e as organizações internacionais. A paz pode ser alcançada numa mesa de negociações, mas são as comunidades que a consolidam. A paz começa no coração das pessoas que estão empenhadas em alcançá-la. Cada comunidade, família e pessoa têm um papel determinante a desempenhar na eliminação da violência e para a criação de uma cultura de paz.

Neste Dia Internacional, juntos, utilizemos esta grande força que é a não-violência para construir sociedades pacíficas e justas, para nós e para os nossos filhos.