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Dia Internacional da Não Violência – 2 de outubro de 2012

Mensagem do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, para a data.

“No início deste ano, tive o privilégio de prestar homenagem a Mahatma Gandhi, no memorial Raj Ghat em Nova Délhi. A visão e o exemplo de Gandhi demonstraram como uma pessoa pode mudar o mundo. Em homenagem ao seu legado, foi criado o Dia Internacional da Não Violência, no aniversário do seu nascimento.

Nestes tempos de crise global e de transição, é importante que paremos um momento para refletir sobre a mensagem de Gandhi, uma mensagem de compreensão e paz.

Se olharmos pelo mundo, a tolerância está sendo testada. O conflito armado está sendo um pesado fardo do Afeganistão à Síria, até o Sahel. A crise econômica está alimentando a xenofobia e outras formas perigosas – e mortais – de discriminação. O terrorismo, o tráfico de seres humanos, os abusos de direitos e violência contra as mulheres ameaçam milhões de pessoas.

Temos que trabalhar ainda mais para o entendimento entre e dentro das religiões, comunidades, e entre e dentro dos países.

Fiz da prevenção uma prioridade fundamental na agenda de ação das Nações Unidas para os próximos cinco anos. Mas a prevenção é mais do que separar as partes em conflito e arrefecer as tensões. Para abordar as raízes do conflito e da intolerância, precisamos de uma cultura de não violência e da paz.

Os governos devem liderar. Mas as fundações para a não violência serão construídas por pessoas: professores e líderes religiosos, os pais e as vozes de comunidades, empresários e grupos de base.

Talvez seja mais fácil pegar numa arma do que esquecer um rancor. Pode ser mais simples encontrar falhas do que perdoar. Mas fiquei profundamente comovido com as comunidades e as pessoas em todos os cantos do mundo que foram inspiradas pelo exemplo de Gandhi e que fizeram uma diferença real.

Vamos nos inspirar em todos esses esforços e trabalhar juntos para construir um mundo de não violência e paz duradoura.”

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Participe do evento pelo Facebook: www.facebook.com/events/421778217880268

Saiba mais em www.un.org/en/events/nonviolenceday

Dia Internacional da Não-Violência – 2 de outubro de 2011

Mensagem de Ban Ki-moon, Secretário-Geral das Nações Unidas

This sculpture is a gift from the Government of Luxembourg and was presented to the United Nations in 1988. It consists of a large replica in bronze of a .45-calibre revolver, the barrel of which is tied into a knot. It was created in 1980 as a peace symbol by Swedish artist Carl Fredrik Reuterswärd, and is located at the Visitors' Plaza, facing First Avenue at 45th Street. (UN Photo/Michos Tzovaras)

Nós marcamos este Dia Internacional da Não-Violência em um mundo dramaticamente alterado desde nossa última celebração. O poderoso motor por trás desta onda de mudanças – começando na Tunísia e depois se espalhando pelo Norte da África, pelo Oriente Médio e por outros lugares – não foi outro senão uma luta não-violenta por democracia e direitos humanos.

Os indivíduos – muitos deles jovens – no comando e no coração destes movimentos derrubaram regimes de longa data, repreenderam aqueles que fazem uso da violência e incentivaram outros povos oprimidos a pensar que o caminho da não-violência pode funcionar para eles também.

Há um alto risco para aqueles que olham para o cano de uma arma munidos apenas do conhecimento que eles têm direito. Mas indivíduos corajosos que acreditam e fazem uso da não-violência deixam os opressores diante do que é, para eles, uma opção desagradável – reprimir mais severamente ou negociar. A primeira opção simplesmente revela a falência dos sistemas que eles estão defendendo, enquanto a última pode muito bem definir a mudança em movimento. É por isto que a não-violência frequentemente confunde aqueles que a enfrentam; é por isto que a não-violência é tão poderosa.

A Carta das Nações Unidas claramente prioriza uma abordagem pacífica, não-violenta como seu primeiro recurso – utilizando meios como a negociação, a mediação, a arbitragem e a solução judicial.

Quando o Conselho de Segurança sancionou o uso de medidas coercivas, como foi feito no início desde ano na Líbia e na Costa do Marfim, foi para proteger os civis – e mesmo assim apenas como última medida, diante da violência.

Nosso trabalho de não-violência para construir sociedades pacíficas e estáveis assume diversas formas – da promoção de valores e normas ao estabelecimento de instituições. O Estado de Direito, o desenvolvimento sustentável, a construção e a manutenção da paz – estes são os elementos da agenda da ONU para uma mudança não-violenta. Nós estamos nos esforçando para intervir mais cedo, antes das tensões aumentarem, e mais rapidamente quando elas o fizerem. Estamos fortalecendo nossas parcerias estratégicas para que nós possamos responder mais rapidamente às crises, ao mesmo tempo em que apoiamos as instituições nacionais para o diálogo e a mediação.

O Dia Internacional coincide com o aniversário do nascimento de Mahatma Gandhi, líder do movimento histórico e não-violento da Índia por independência. Sua abordagem transformadora e transcendente tem raízes profundas no passado da Índia. Cerca de dois mil anos antes, o imperador Ashoka renunciou ao recurso da guerra e se dedicou ao desenvolvimento pacífico de sua sociedade. Sua ideia de paz e não-violência se estendeu à proteção de animais e árvores – a sustentabilidade à frente do seu tempo.

Outros pelo mundo também levantaram esta bandeira, de Chico Mendes, no Brasil, ao reverendo Martin Luther King Jr., nos Estados Unidos, de Nelson Mandela, na África do Sul, à professora Wangari Maathai, no Quênia. Todos estes líderes inspiraram movimentos globais aos quais se juntaram inúmeros outros, que abraçaram a não-violência como um valor fundamental e um princípio vital.

O valor atemporal da não-violência, que tanto já realizou no último ano, tem um papel vital a desempenhar em todos os países, inclusive em democracias estabelecidas. Neste Dia Internacional, vamos novamente nos comprometer em apoiar a não-violência. A não-violência não é apenas uma tática eficaz; é uma estratégia e uma visão definitiva. Fins duráveis como a paz só podem ser alcançados através de meios duráveis – a não-violência.

Seminário Não-Violência, Direitos Humanos e Segurança Cidadã: um Desafio de Comunicação e Cultura

Na próxima segunda, dia 9 de novembro, o Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência (NETCCON), da Escola de Comunicação da UFRJ, participará da 28ª. Semana Gandhi, da Associação Palas Athena, com o apoio do Centro de Informação das Nações Unidas no Rio de Janeiro (UNIC Rio).

De acordo com as palavras do Coordenador do NETCCON, Evandro Ouriques, “… Não-violência, Direitos Humanos e Segurança Cidadã: um Desafio de Comunicação e Cultura é o tema definidor de um novo futuro neste campo da comunicação que afeta a todos, diante da naturalização da idéia de que a violência seria a grande e inevitável narrativa do ser humano ao longo do tempo…”.

A missão do NETCCON será contribuir para a construção transdisciplinar e cultural de uma nova Teoria, Ação Social e Educação que fundam a Cultura da Comunicação, para que possa ser construído um cenário de mais cidadania, políticas públicas sociais e responsabilidade sócio-ambiental. Segundo o coordenador, é hora, portanto, da cultura da “não-violência” ser assumida pela Academia, pela Sociedade e pelo Estado. É com esse objetivo primordial que o seminário será promovido.

Dentre os palestrantes convidados, estarão presentes a Professora Lia Diskin, jornalista e coordenadora do Comitê Paulista para a Década da Paz, programa da UNESCO, o Professor Michel Misse, doutor e coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da UFRJ – NECVU , a Doutora Célia Passos, fundadora do ISA-ADRS – Instituto de Soluções Avançadas para Diálogos e Construção de Consenso e o professor Doutor da UERJ, Luiz Eduardo Soares, ex-Secretário Nacional de Segurança Pública. Além dos convidados, o seminário será organizado pelo Professor Doutor Evandro Vieira Ouriques, Professor Adjuntos do Departamento de Expressão e Linguagens da ECO-UFRJ.