ACNUR firma novo acordo para apoio à colocação de refugiados no mercado de trabalho

O venezuelano Johnny José Gonzalez descarrega materiais em um centro de logística brasileiro. Foto: ACNUR/ Gabo Morales
O venezuelano Johnny José Gonzalez descarrega materiais em um centro de logística brasileiro. Foto: ACNUR/ Gabo Morales

Uma chance no mercado de trabalho pode significar o começo de uma nova vida para quem foi forçado a deixar seu país. A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a Aldeias Infantis SOS assinaram um memorando de entendimento com a Levee, empresa de recrutamento que trabalha com contratação de mão de obra operacional para ajudar as pessoas refugiadas a conseguirem se qualificar profissionalmente e se inserir no mercado laboral brasileiro.

O anúncio do acordo foi feito durante evento online sobre recolocação profissional em tempos de pandemia de COVID-19, realizado com a participação dos três signatários na quinta-feira (20). O compromisso estipula a incorporação de perfis laborais de refugiados e migrantes na estratégia de qualificação e seleção de vagas de trabalho promovidas pela Levee.

A empresa oferece uma plataforma online para o cadastro de pessoas refugiadas e migrantes, conectando esses perfis com os empregadores também cadastrados no sistema.

Ao longo do evento, que contou com a presença de mais de 50 representantes de organizações da sociedade civil que apoiam a inserção laboral de refugiados e migrantes no Brasil, a Levee compartilhou a metodologia que utiliza com populações de baixa renda para recolocação profissional e também apresentou as tendências no mercado para esta população no contexto da pandemia.

“Durante a pandemia, principalmente, é bastante importante explorarmos todas as alternativas que possam apoiar a população refugiada e migrante no acesso a oportunidades de trabalho”, explica Paulo Sérgio de Almeida, oficial de Meios de Vida do ACNUR.

Uma das estratégias adotadas pelo ACNUR é vincular a oferta de vagas com a saída de refugiados e migrantes de abrigos de interiorização. A Aldeias Infantis SOS, que faz parte do acordo, recebe muitos venezuelanos que passam pela Estratégia de Interiorização da Operação Acolhida, que realoca refugiados e migrantes da Venezuela de Roraima para outros estados do Brasil.

Essa ação se junta a outras que têm sido implementadas pelo ACNUR e seus parceiros, como uma cooperação com uma das maiores plataformas no mundo de recursos humanos, a Manpower, além de iniciativas já consolidadas como o Programa de Apoio para a Recolocação dos Refugiados (PARR). “Queremos cada vez mais reforçar a nossa atuação no apoio aos venezuelanos e outras nacionalidades de refugiados e migrantes que necessitam de proteção e apoio na integração socioeconômica”, completa Almeida.