Arriscar própria vida é maior desafio do trabalhador humanitário, diz funcionário do PMA

Supervisor de campo Enoc Solis (de colete, à dir.) com famílias beneficiadas pelo PMA na Bolívia. Foto: PMAEnoc Solis considera que uma das coisas mais difíceis de seu trabalho no Programa Mundial de Alimentos (PMA) é garantir o acesso às comunidades mais distantes. Depois de passar anos como voluntário, hoje ele monitora a entrega de suprimentos para famílias necessitadas da Bolívia e conta, nesta entrevista, um pouco de sua experiência.

Qual é a parte mais difícil do seu trabalho?
A parte mais difícil é conseguir acesso às comunidades, embora isso nunca tenha me impedido de fazer meu trabalho. Arriscar minha própria vida para salvar outras pessoas, em cada operação de emergência, é provavelmente o lado mais desafiador da minha função.

O que você fazia antes de entrar no PMA?
Frequentei a faculdade e apoiei uma igreja com um grupo de crianças.

Como você ingressou no PMA?
Comecei a trabalhar no PMA como voluntário e isso durou mais de quatro anos. Minha experiência como voluntário me fez apreciar o trabalho que a agência faz na Bolívia, assim como no resto do mundo. Ela me mostrou a importância de salvar vidas, levar alívio e esperança a quem mais precisa.

O que define um trabalhador humanitário?
Um trabalhador humanitário é uma pessoa que está disposta a arriscar sua vida para servir os outros, independentemente de raça, sexo, religião ou crença política.

Qual experiência com o PMA foi mais emocionante?
Foi quando trabalhei no Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Secure, entre 2007 e 2008. O PMA, com a minha ajuda, foi a primeira e única instituição a conseguir oferecer assistência humanitária às comunidades indígenas mais distantes da Bolívia. Naquela época, as famílias da área tinham perdido tudo por causa da inundação, incluindo suas casas e colheitas. Foi muito emocionante ver as mulheres com lágrimas nos olhos ao receberem os alimentos que o PMA doou.

Qual foi a experiência mais assustadora?
Minha experiência mais assustadora foi quando eu passei uma noite ao ar livre, no meio de uma tempestade tropical. Nós fomos cercados por animais selvagens que estavam à procura de abrigo, incluindo cobras e crocodilos.