Comunidade internacional condena ataques que deixaram pelo menos 290 mortos no Sri Lanka

Catedral na capital do Sri Lanka, Colombo. Foto: Bevan/Wikipedia/CC
Catedral na capital do Sri Lanka, Colombo. Foto: Bevan/Wikipedia/CC

Pelo menos 290 pessoas foram mortas e mais de 500 ficaram feridas em uma série de explosões dentro de igrejas e hotéis no Sri Lanka, conforme cristãos se reuniam para celebrar a Páscoa.

Em comunicado, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse estar “chocado com os ataques terroristas” e pediu que os responsáveis sejam “rapidamente levados à justiça”.

De acordo com a imprensa internacional, três igrejas foram alvos, nas cidades de Batticaloa, Negombo e na capital, Colombo. Quatro hotéis, todos na capital, também foram atingidos.

Até o momento, nenhum grupo reivindicou responsabilidade pelos bombardeios suicidas. Segundo relatos da imprensa, a polícia prendeu sete pessoas por ligações com os ataques.

Em comunicado emitido por seu porta-voz, o chefe da ONU expressou “suas mais profundas condolências às famílias das vítimas, ao povo e ao governo do Sri Lanka”, além de desejar rápida recuperação aos feridos.

Guterres elogia liderança do Sri Lanka

O secretário-geral também elogiou “a liderança demonstrada pelas autoridades e a união do povo do Sri Lanka após os ataques”.

Em publicação no Twitter, a coordenadora residente das Nações Unidas para o país, Hanaa Singer, disse que a ONU “condena veementemente os horríveis ataques realizados contra civis e fiéis”.

A presidente da Assembleia Geral da ONU, María Fernanda Espinosa, também expressou “profunda tristeza” em publicação no Twitter. Ela disse que seus pensamentos estão com o povo do Sri Lanka, “afetado por outro ato de violência sem sentido”.

“Precisamos nos unir em nossa humanidade comum para condenar estes ataques hediondos e parar de mirar pessoas inocentes que praticam sua fé em paz”, acrescentou.

A sangrenta guerra civil de 26 anos do Sri Lanka entre forças do governo e separatistas no norte do país terminou em 2009 com a derrota dos rebeldes. Desde então, houve casos esporádicos de violência, alguns deles contra minorias religiosas.

A ilha é lar de cerca de 1,5 milhão de cristãos, em sua maioria católicos romanos. A maioria é budista, representando em torno de 70% da população, e também há minorias consideráveis hindus e muçulmanas.

Em resposta aos ataques de domingo (21), um toque de recolher nacional foi colocado em vigor. Segundo relatos da imprensa, redes sociais foram bloqueadas.

Testemunhas que estavam na igreja de St. Sebastian, em Negombo, descreveram uma cena de massacre, com dezenas de mortos. Também houve um grande número de vítimas em St. Anthony, na capital Colombo, onde a primeira explosão aconteceu.

O papa Francisco, em seu discurso de Páscoa, expressou sua “carinhosa proximidade” com a comunidade cristã no Sri Lanka, que foi atingida quando estava reunida para uma das maiores celebrações do ano. O pontífice afirmou que seus pensamentos estão com “todas as vítimas desta violência tão cruel”.

Guterres concluiu seu comunicado reiterando o “apoio e a solidariedade das Nações Unidas com o povo e o governo do Sri Lanka neste difícil momento para a nação”.