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Desaparecimentos forçados espalham terror em toda sociedade, diz Guterres

Parentes dos desaparecidos se manifestam silenciosamente do lado de fora da sede da ONU em Pristina, Kosovo, em 2002. (Arquivo) Foto: ONU
Parentes dos desaparecidos se manifestam silenciosamente do lado de fora da sede da ONU em Pristina, Kosovo, em 2002. (Arquivo) Foto: ONU

Mais do que uma violação dos direitos humanos contra um indivíduo, os desaparecimentos forçados têm sido frequentemente usados ??como uma estratégia para espalhar o terror em toda a sociedade, afirmou a Organização das Nações Unidas no domingo (30), Dia Internacional das Vítimas do Desaparecimento Forçado.

“O crime de desaparecimento forçado é generalizado em todo o mundo”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, na mensagem para a data. “Vemos novos casos quase que diariamente, incluindo o desaparecimento de defensores do meio ambiente, que muitas vezes são indígenas.”

“Enquanto isso, a dor excruciante dos casos antigos ainda é aguda, pois o destino de milhares de pessoas desaparecidas permanece desconhecido, tornando o crime uma presença contínua na vida dos entes queridos daqueles que desapareceram.”

Problema global

O desaparecimento forçado tornou-se um problema global — não restrito a nenhuma região específica do mundo.

Antes em grande parte produto de ditaduras militares, os desaparecimentos forçados podem hoje ser perpetrados em situações complexas de conflito interno, especialmente como forma de repressão política de oponentes, segundo a ONU.

Preocupações específicas envolvem o assédio contínuo de defensores dos direitos humanos, parentes das vítimas, testemunhas e advogados que lidam com casos de desaparecimento forçado.

O Comitê da ONU e o Grupo de Trabalho sobre Desaparecimentos Forçados identificaram tendências adicionais preocupantes, disse Guterres, “incluindo represálias contra parentes das vítimas e membros da sociedade civil, muitas vezes em nome da segurança e do contra-terrorismo”.

“O desaparecimento forçado também tem consequências de gênero, afetando particularmente mulheres e pessoas LGBTI”, acrescentou.

Também é preocupante o uso do desaparecimento forçado pelos Estados como parte de atividades antiterroristas como desculpa para o descumprimento de suas obrigações, juntamente com a isenção generalizada de punição pelo crime.

“A impunidade agrava o sofrimento e a angústia”, ressaltou o chefe da ONU, sustentando que é “fundamental realizar investigações judiciais confiáveis ??e imparciais”.

De acordo com o direito internacional dos direitos humanos, as famílias e sociedades têm o direito de saber a verdade sobre o que aconteceu.

“Apelo aos Estados-membros para que cumpram esta responsabilidade”, afirmou.

Renovando compromisso da ONU

Centenas de milhares de pessoas desapareceram durante conflitos ou períodos de repressão em pelo menos 85 países, atesta a ONU.

“Com o apoio dos mecanismos internacionais de direitos humanos, os Estados têm o dever de fortalecer seus esforços para prevenir os desaparecimentos forçados, buscar as vítimas e aumentar a assistência às vítimas e seus familiares”, declarou o alto funcionário da ONU.

E atenção especial deve ser dada às populações vulneráveis, como crianças e pessoas com deficiência.

“Neste Dia Internacional, renovemos nosso compromisso de acabar com todos os desaparecimentos forçados”, disse o secretário-geral da ONU, conclamando todos os Estados a “ratificar a Convenção para a Proteção de Todas as Pessoas contra os Desaparecimentos Forçados e aceitar a competência do Comitê para examinar reclamações individuais”.

Ele chamou isso de “um primeiro, mas crucial passo, para a eliminação deste crime atroz”.

Usem lições da COVID-19 para ‘fazer as coisas certas’ pelo futuro, pede Guterres

O secretário-geral da ONU, António Guterres. Foto: ONU/Mark Garten
O secretário-geral da ONU, António Guterres. Foto: ONU/Mark Garten

As lições aprendidas com os esforços para enfrentar a pandemia devem ser usadas para “fazer as coisas certas para o futuro”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em uma reunião com parlamentares.

Em seus comentários online para a Conferência Mundial de Oradores do Parlamento, o secretário-geral disse que a COVID-19 destacou os desafios que assolam as sociedades e expôs algumas das principais fragilidades sistêmicas.

“Mesmo antes do vírus, nossas sociedades estavam em péssimas condições, com crescentes desigualdades, agravamento da degradação do meio ambiente, redução do espaço cívico, saúde pública inadequada e fricções sociais insustentáveis ??enraizadas em falhas de governança e falta de oportunidades”, disse Guterres.

“E por isso não podemos voltar ao que era, mas sim fazer da recuperação uma oportunidade real de fazer as coisas certas para o futuro”, acrescentou.

Emergência climática

O secretário-geral destacou que isso é ainda mais importante na resposta à crise climática, com a destruição relacionada ao clima cada vez mais intensificada e a ambição de uma ação climática aquém do necessário.

“Embora a COVID-19 tenha forçado o adiamento da COP26 até 2021”, disse ele, referindo-se à conferência da ONU que avalia o progresso no enfrentamento das mudanças climáticas, “uma emergência climática já está entre nós”.

Guterres acrescentou que, à medida que a comunidade internacional trabalha para superar a crise da COVID, há uma abertura para enfrentar outra e conduzir o mundo para um caminho mais sustentável.

“Temos as políticas, a tecnologia e o know-how”, continuou ele, exortando os países a considerar seis ações positivas para o clima à medida que resgatam, reconstroem e reinicializam suas economias.

As ações, ele descreveu, incluem tornar as sociedades mais resilientes e garantir uma transição justa; garantir empregos verdes e crescimento sustentável; salvar a indústria, a aviação e a navegação com a condição de alinhamento aos objetivos do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas; parar os subsídios aos combustíveis fósseis e o financiamento do carvão; considerar o risco climático em todas as tomadas de decisão; e trabalharmos juntos.

“De forma simples, como o mundo se recupera da COVID-19 é um ‘momento decisivo’ para a saúde do nosso planeta”, enfatizou o chefe da ONU.

Enfrentar desigualdades

Em seu discurso, o secretário-geral também destacou que os esforços de recuperação devem abordar outras fontes de instabilidade e impulsionadores de descontentamento, incluindo desigualdades dentro e entre países e comunidades.

“Do racismo e discriminação de gênero às disparidades de renda, essas violações profundamente arraigadas dos direitos humanos ameaçam nosso bem-estar e nosso futuro”, disse ele.

A desigualdade, continuou Guterres, está associada à instabilidade econômica, corrupção, crises financeiras, aumento da criminalidade e saúde física e mental precária, e está se manifestando em novas dimensões.

Novo contrato social

“É por isso que tenho clamado por um novo contrato social em nível nacional”, disse ele.

“Isso deve representar uma nova geração de políticas de proteção social e redes de segurança, incluindo a Cobertura Universal de Saúde e a possibilidade de uma Renda Básica Universal. A educação e a tecnologia digital podem ser dois grandes facilitadores e equalizadores, fornecendo novas habilidades e oportunidades para a vida toda.”

No nível internacional, um Novo Acordo Global é necessário, para garantir que o poder, a riqueza e as oportunidades sejam compartilhados de forma mais ampla e equitativa, com uma globalização justa e uma voz mais forte para os países em desenvolvimento.

“Os parlamentares têm um papel central a desempenhar para ajudar o mundo a responder ao chamado de alerta da pandemia. Precisamos que vocês alinhem suas legislações e decisões de gastos com a ação climática e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, disse o secretário-geral da ONU.

Mali: ONU exige libertação imediata e incondicional do presidente e de membros de seu gabinete

Ibrahim Boubacar Keita, presidente do Mali, durante o debate geral da 74ª sessão da Assembleia Geral da ONU (foto de arquivo). Foto: ONU/Kim Haughton
Ibrahim Boubacar Keita, presidente do Mali, durante o debate geral da 74ª sessão da Assembleia Geral da ONU (foto de arquivo). Foto: ONU/Kim Haughton

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu a restauração imediata da ordem constitucional e do Estado de Direito no Mali, depois que tropas amotinadas prenderam o líder do país e outros altos funcionários na terça-feira (18).

Os soldados inicialmente organizaram um motim em uma base perto da capital, Bamako, antes de prender o presidente Ibrahim Boubacar Keita e outros membros de seu governo, de acordo com relatos da mídia.

“O secretário-geral condena veementemente estas ações e apela à restauração imediata da ordem constitucional e do Estado de Direito no Mali”, afirmou o seu porta-voz em comunicado.

“Para tanto, exige a libertação imediata e incondicional do presidente Ibrahim Boubacar Keita e de membros de seu gabinete.”

Semanas de protestos

Nas últimas semanas, protestos foram realizados no Mali para exigir a renúncia do presidente, com raiva generalizada voltada à suposta corrupção, má gestão da economia e ao desempenho da contra-insurgência contra os jihadistas nas regiões norte e centro.

O chefe da ONU reiterou seu apelo por uma solução negociada e resolução pacífica das diferenças.

Guterres exortou todas as partes interessadas, especialmente as forças de defesa e segurança, a exercerem a máxima contenção e defenderem os direitos humanos.

O secretário-geral também expressou o seu total apoio à União Africana (UA) e à Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que trabalham para encontrar uma solução pacífica para a crise no Mali, por meio de seu representante especial, Mohammed Ibn Chambas.

Cidadãos da Belarus devem poder exercer seus direitos civis e políticos, diz ONU

Mulher em Minsk, Belarus. Foto: Unsplash/Jana Shnipelson
Mulher em Minsk, Belarus. Foto: Unsplash/Jana Shnipelson

Acompanhando os acontecimentos na Belarus, o secretário-geral da ONU, António Guterres, emitiu uma declaração na sexta-feira (14) sublinhando a importância de que todos os bielorrussos “exerçam seus direitos civis e políticos”.

Após o anúncio de que o líder autoritário Alexander Lukashenko – que governa desde 1994 – teve uma vitória esmagadora na eleição presidencial de domingo, protestos pacíficos eclodiram em todo o país, levando a uma forte repressão por parte das forças de segurança.

Mais tarde, mulheres segurando flores e vestidas de branco formaram correntes humanas em toda a capital, Minsk, e em outras cidades, protestando contra a brutalidade policial.

O chefe da ONU disse que os bielorrussos devem poder expressar suas opiniões pacificamente “de acordo com a lei” e que as autoridades devem “mostrar moderação ao responder às manifestações”.

Além disso, afirmou que “as alegações de tortura e outros maus-tratos a pessoas detidas devem ser investigadas minuciosamente”.

O secretário-geral concluiu pedindo aos bielorrussos que “tratem das queixas pós-eleitorais por meio do diálogo para preservar a paz no país”.

Ao longo da semana, o Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH) criticou as autoridades bielorrussas pelas agressões injustificadas.

Na quinta-feira (13), cinco especialistas independentes em direitos humanos da ONU criticaram duramente o nível de violência que as forças de segurança de todo o país estavam usando contra manifestantes e jornalistas.

E na quarta-feira (12), a chefe de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, condenou a violência das autoridades, lembrando-as de que “o uso da força durante os protestos deve ser sempre excepcional e uma medida de último recurso”.

ONU elogia engajamento de jovens em meio à pandemia

Comemorando o Dia Internacional da Juventude, altos funcionários da ONU pediram que líderes de todo o mundo “façam todo o possível” para permitir que os jovens alcancem seu potencial máximo.

Contra o pano de fundo da pandemia de coronavírus, que afetou as vidas e aspirações dos jovens e aumentou suas vulnerabilidades, o secretário-geral da ONU, António Guterres, elogiou a resiliência, a desenvoltura e o envolvimento das gerações mais jovens.

“São os jovens que se levantaram para exigir ações climáticas. Eles estão se mobilizando por justiça racial e igualdade de gênero e são os defensores de um mundo mais sustentável”, disse ele em mensagem marcando a data.

“Muitos são mulheres jovens que estiveram na linha de frente da mobilização por justiça e ação climática – ao mesmo tempo em que atuaram na linha de frente da resposta à COVID-19.”

O secretário-geral também destacou que cumprir a promessa da geração jovem exige investir muito mais em sua inclusão, participação, organizações e iniciativas.

“Convido os líderes e adultos em todos os lugares a fazer todo o possível para permitir que os jovens do mundo desfrutem de uma vida com segurança, dignidade e oportunidades e contribuam para o máximo de seu grande potencial”, acrescentou.

O tema do Dia Internacional da Juventude deste ano, “Engajamento Juvenil para a Ação Global”, destaca as maneiras pelas quais o engajamento dos jovens em nível local, nacional e global está fortalecendo instituições e processos nacionais e multilaterais, tirando lições sobre como sua representação e envolvimento na política institucional formal podem ser aprimorados.

Também neste ano, por meio da campanha de mídia social #31DaysOfYOUth, a ONU celebra os jovens ao longo do mês de agosto, antes e depois do Dia Internacional, para espalhar a palavra e iniciar uma conversa em torno do engajamento dos jovens para a ação global.

Ecoando o apelo do secretário-geral, Tijjani Muhammad-Bande, presidente da Assembleia Geral da ONU, também destacou uma “responsabilidade global” de garantir que os jovens em todos os lugares tenham acesso a oportunidades justas e equitativas para cumprir seus direitos e aspirações.

“O potencial da humanidade para criar um futuro pacífico e próspero não será alcançado enquanto as desigualdades e a discriminação contra os jovens continuarem sendo comuns e os jovens não tiverem oportunidades de fazerem ouvir suas vozes”, disse ele em mensagem para a data.

O presidente da Assembleia aplaudiu os jovens por suas “contribuições incríveis” para um futuro melhor. Seus movimentos em suas comunidades e países, disse ele, já estão melhorando as sociedades e aumentando as ambições globais, a cada dia.

“Na era da COVID-19 e em meio a seus efeitos socioeconômicos negativos duradouros sobre os jovens – e faltando apenas 10 anos para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) -, [sua] visão e compromisso são fundamentais para criar um mundo mais sustentável e inclusivo”, acrescentou.

“Com sua inovação e ambição, orientadas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, tenho certeza que sua geração irá efetivamente transformar o mundo em um lugar mais sustentável, inclusivo e justo para todos”, disse Muhammad-Bande, exortando todos os jovens a participar da Plenária Juvenil UN75 virtual, a ser realizada em setembro, para somar sua voz à formação das Nações Unidas nas próximas décadas.

Jovens são a nossa maior esperança de futuro

A representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil, Astrid Bant, gravou uma declaração em vídeo na qual reconhece os esforços e cumprimenta as milhares de pessoas jovens atuando em suas comunidades durante a pandemia da COVID-19.

Astrid também destaca a necessidade de continuar ofertando serviços e acesso a direitos e educação à juventude.