O Chefe da Missão conjunta da União Africana com a ONU em Darfur, Ibrahim Gambari, declarou nesta terça-feira (11) que os pacificadores atuarão de modo mais firme na ocorrência de ataques, ressaltando que a responsabilidade de proteção da equipe pertence ao governo sudanês.
Na semana passada, dois soldados egípcios servindo na Missão, UNAMID, morreram quando 20 homens armados atacaram o grupo durante uma patrulha de rotina em uma área remota na região sul do Estado de Darfur (Sudão). Gambari afirmou que o comportamento mais vigoroso tem o objetivo de prevenir novos possíveis ataques e fez questão de apontar que ataques contra forças de paz internacionais é um crime de guerra, além de lembrar que é dever do governo sudanês prender e levar à justiça os criminosos. A proteção dos capacetes azuis servindo em Darfur foi um tema importante durante as últimas discussões entre ONU, União Africana e o governo sudanês, que ocorreram esta semana na capital etíiope, Addis Ababa.
Gambari relatou que não houve acordo para cessar-fogo entre o governo sudanês e um dos principais grupos rebeldes de Darfur, o Movimento Justiça e Igualdade (MJI), através do processo de paz de Doha (Catar). Ele também pediu que ambas as partes retomem as conversas na capital catari e solicitou o empenho da UNAMID para continuar facilitando o processo político com o objetivo de dar um fim ao conflito.
Em fevereiro, o governo sudanês o MJI assinaram um acordo de trégua em Doha, abrindo caminho para uma resolução do conflito em Darfur que irrompeu em 2003 entre rebeldes e milicianos Janjaweed aliados ao governo. As hostilidades já resultaram na morte de aproximadamente 300 mil pessoas, com mais de 2,7 milhões deslocadas de suas casas. O acordo, porém, vem falhado nas últimas semanas, ocorrendo confrontos armados envolvendo as duas partes do conflito.