ONU orienta países que pretendem usar energia nuclear

O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA), Yukiya Amano, afirmou que dezenas de países estão considerando começar a utilizar energia nuclear para gerar eletricidade. A declaração de Amano aconteceu no início da Conferência de 2010 para Exame do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), que reuniu representantes de mais de uma centena de países em Nova York, na semana passada. Segundo Amano, espera-se que entre 10 e 25 países iniciem suas primeiras centrais nucleares até 2030, unindo-se aos 30 que já fazem parte do movimento nuclear. Cerca de uma dúzia de centrais estão em construção, metade delas na Ásia e a maioria na China.

O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA), Yukiya Amano, se dirige à  Conferência de 2010 para Exame do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP). Foto: UN/Eskinder Debebe.
O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA), Yukiya Amano, se dirige à Conferência de 2010 para Exame do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP). Foto: UN/Eskinder Debebe.

“A crise financeira mundial não diminuiu o interesse pela energia nuclear”, revelou o chefe da seção de Planejamento e Estudos Econômicos da AIEA, Hans-Holger Rogner. A Agência espera que a capacidade da energia nuclear cresça nas próximas décadas, à medida que a demanda global por eletricidade também continue a subir. O direito à utilização pacífica da tecnologia nuclear é um dos três pilares do TNP. Se os países decidirem introduzir um componente nuclear aos seus sistemas de energia, a AIEA então ajudará a garantir que eles tenham a capacidade necessária, recursos humanos, planos para o que fazer com o lixo nuclear e se estão agindo de acordo com as convenções internacionais, entre outras coisas.

Rogner afirma que o papel da Agência não é político, mas sim simplesmente orientar os chefes de estado quanto à melhor prática, e desencorajou os países a tomarem uma postura que chama de “DAD” – decidir, anunciar e defender. “Ao invés dessa atitude, é preciso envolver a todos desde o primeiro dia”, disse.