Dia Internacional de Reflexão do Genocídio de 1994 em Ruanda – 7 de abril de 2011

Presidente Paul Kagame (à direita) e o Secretário-Geral Ban Ki-moon, em sua visita a Ruanda em março de 2009. Foto: ONU.Mensagem do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon

Hoje honramos a memória das mais de 800 mil pessoas assassinadas no genocídio em Ruanda, em 1994. Nossos pensamentos também estão com os sobreviventes, que restaram para reconstruir comunidades e uma nação inteira que foram arrasadas. Neste dia de recordações, vamos prestar uma homenagem ao povo e ao Governo de Ruanda pela resiliência e dignidade demonstradas durante o trabalho para a reconstrução nacional e ao lidar com o trauma deste abominável episódio da história. Encorajo-os a contribuir promovendo o espírito de inclusão e o diálogo necessário para curar, reconciliar e reconstruir.

A ONU está comprometida com ações para evitar que tragédias similares voltem a ocorrer. O reconhecimento de que comunidade internacional falhou em levar assistência à população de Ruanda, e em proteger as vítimas das guerras nos Bálcãs, levou à aprovação da Responsabilidade de Proteção na Cúpula Mundial de 2005. As medidas recentes do Conselho de Segurança em resposta à Líbia, em particular a adoção das resoluções 1970 e 1973, marcam um importante passo neste caminho.

O Tribunal Penal Internacional para Ruanda, o Tribunal Penal Internacional e outros tribunais internacionais estão enviando um forte sinal de que o mundo não vai tolerar a impunidade para graves violações aos direitos humanos e ao direito internacional. Meus Assessores Especiais de Prevenção do Genocídio e da Responsabilidade de Proteger monitoram os acontecimentos em todo o mundo, procurando pelos primeiros sinais de risco. Devemos permanecer sempre vigilantes.

O Pacto sobre Segurança, Estabilidade e Desenvolvimento na Região dos Grandes Lagos, de 2006, inclui um protocolo sobre a prevenção e a punição para o genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Encorajo todos os países da Região dos Grandes Lagos a implementarem este protocolo. Encorajo-os também a acelerar a punição e o julgamento dos fugitivos remanescentes do genocídio de 1994, incluindo Felicien Kabuga.

Prevenir o genocídio é uma responsabilidade coletiva e individual. Os sobreviventes de Ruanda nos fizeram confrontar a terrível realidade de uma tragédia que poderia ter sido evitada. O único modo de honrar verdadeiramente aqueles que morreram em Ruanda há 17 anos é assegurar que tais eventos nunca mais aconteçam.