Brasil defende envio de ajuda direta ao governo do Haiti

Declaração foi dada pelo representante do país, embaixador Antônio Simões, durante debate no Conselho de Segurança, sobre a situação da ilha caribenha, nesta quarta-feira.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O Brasil está defendendo o envio de ajuda humanitária ao Haiti feito diretamente ao governo.

A declaração foi feita pelo vice-ministro das Relações Exteriores para América Latina, Antônio Simões. Ele participou de um debate de alto nível sobre o Haiti, nesta quarta-feira, no Conselho de Segurança.

Terremoto

Segundo Simões, muito dinheiro tem sido dado a organizações não-governamentais e sem coordenação com o governo da ilha caribenha.

A maioria das doações começou a ser enviada ao país após o terremoto de janeiro do ano passado, que matou pelo menos 230 mil pessoas.

Nesta entrevista à Rádio ONU, o vice-ministro Antônio Simões, disse que a ajuda direta ao governo torna o processo de reconstrução mais eficiente.

“Às vezes, há muito dinheiro que vai para a ajuda. Só que essa ajuda vai para organizações não-governamentais. Não é um problema que vá para organizações não-governamentais. O problema é que como esse dinheiro não vai para o governo haitiano, termina por não reforçar a estrutura do governo. E mesmo a ação que vai pelas ONGs termina não sendo efetiva, porque o governo não tem estrutura para receber essa ação. Então é muito importante que se doe, mas se doe para o governo haitiano.”

Simões informou que o Brasil tem repassado doações ao Haiti diretamente ao governo do país.

A proposta de doações diretas foi endossada pelo enviado especial da ONU ao Haiti, Bill Clinton. Segundo ele, as ONGs têm que trabalhar juntas com o governo.

Ouça aqui a matéria da Rádio ONU