Diretor-Geral da AIEA irá ao Japão para avaliar impactos da crise nuclear

Repetidamente chamando a crise nuclear no Japão de “muito grave”, o Diretor-Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, anunciou que fará uma visita ao país para verificar que tipo de auxílio a Agência pode ofecerer. Após a visita, Amano deverá apresentar um relatório ao Conselho de Governadores da AIEA. “Devo viajar ao Japão, espero que amanhã, para obter as informações mais recentes e aprender com os nossos homólogos japoneses como a AIEA pode ajudá-los,” disse em entrevista coletiva (17/03) na sede da AIEA, em Viena (Áustria).

Amano, que disse que gostaria de receber melhores informações dos japoneses, também enviará duas equipes de peritos para o Japão: uma para a segurança nuclear, outra para a proteção contra a radiação. O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, falou por telefone com o Primeiro-Ministro japonês, Naoto Kan, lamentando o terremoto e a tsunami que podem ter custado mais de dez mil vidas e deixaram um grande rastro de destruição ao longo da costa do nordeste de Honshu, a maior ilha do arquipélago do Japão. Os dois também discutiram a situação em Fukushima e o Secretário-Geral assegurou a Kan que a ONU está pronta para fornecer apoio adicional, se solicitado.

O Conselho de Segurança começou sua reunião de 16 de março com um minuto de silêncio pelas vítimas do terremoto e do tsunami. Enquanto isso, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) fornece apoio logístico especializado no fornecimento de água, tendas e cobertores para famílias que já passaram muitas noites sofrendo com as baixas temperaturas, sem aquecimento e outras necessidades.

Amano começou sua entrevista coletiva com o comentário contundente de que “a situação é muito grave” e disse que gostaria de ter contatos com o alto escalão durante sua breve viagem. Embora salientando que não está frustrado, o Diretor-Geral disse ainda que gostaria de encontrar “melhores informações, tanto em quantidade como qualidade. Não há informações constantes, e há certamente espaço para melhorias,” acrescentou.