Encontro apresenta boas experiências de cidades educadoras

O que torna uma cidade educadora e o que a diferencia das demais? Estas são apenas algumas das ações que serão apresentadas durante o V Encontro da Rede Brasileira de Cidades Educadoras, que acontece em Sorocaba de 11 a 16 de abril.

Durante os cinco dias, os participantes conhecerão as melhores experiências e ações dos 14 municípios brasileiros que integram a rede.

O evento de disseminação e divulgação dos conceitos e experiências de Cidades Educadoras é um dos resultados do projeto de cooperação técnica com a UNESCO, que desde 2009 trabalha com o governo municipal buscando aprofundar as ações que tornam Sorocaba uma Cidade Educadora. Com o tema “Aprender nas cidades, com as cidades”, o evento, que acontecerá no auditório do Sorocaba Park Hotel, será aberto pelo prefeito Vitor Lippi.

Pela primeira vez os municípios não associados também poderão participar, conhecendo de perto o conceito “Cidade Educadora” e como são as ações desenvolvidas em Sorocaba. “As cidades educadoras do Brasil vão apresentar suas experiências e práticas de sucesso, enquanto que as cidades não associadas terão oportunidade de conhecer os conceitos que tornam uma Cidade Educadora”, explica Lippi.

O Encontro terá, entre outras atrações, um espaço aberto às cidades membros para apresentação de boas práticas, palestras sobre temas atuais na agenda das Cidades Educadoras, além do lançamento da versão em português do livro “Educação e Vida Urbana: 20 anos de Cidades Educadoras”. Os três princípios descritos na Carta das Cidades Educadoras, elaborada em Barcelona em 1990 – “o Direito a uma cidade educadora”, “o Compromisso da Cidade” e o “Serviço Integral das Pessoas” – demonstram que se trata de um projeto de cidade, do qual a escola é parte.
Princípios de uma cidade educadora

A cidade educadora tem personalidade própria, integrada no país onde se situa é, por consequência, interdependente da do território do qual faz parte. É igualmente uma cidade que se relaciona com o seu meio envolvente, outros centros urbanos do seu território e cidades de outros países.

O seu objetivo permanente será o de aprender, trocar, partilhar e enriquecer a vida dos seus habitantes. A cidade educadora deve exercer e desenvolver esta função paralelamente às suas funções tradicionais (econômica, social, política de prestação de serviços), tendo em vista a formação, promoção e o desenvolvimento de todos os seus habitantes. Deve ocupar-se prioritariamente com as crianças e jovens, mas com a vontade decidida de incorporar pessoas de todas as idades, numa formação ao longo da vida.

A cidade educadora renova permanentemente o seu compromisso em formar, nos aspectos mais diversos, os seus habitantes ao longo da vida. E para que isto seja possível, deverá ter em conta todos os grupos, com suas necessidades particulares. Seus princípios são:

• Assumir a cultura, antes de tudo, como a busca de sentidos para a vida, o que implica não a ver como mais uma frente de consumo passivo, mas, sobretudo, como um processo de produção que motiva a criatividade e estimula a curiosidade;

• Conceber a educação, simultaneamente, como um processo, como um meio e como um produto que, por meio destas diferentes dimensões, se constitui como um bem social que a valoriza e dinamiza;

• Acolher uma concepção aberta e diversificadora de saberes, de práticas e de expressões culturais, procurando delinear tempos e espaços formais e informais de permuta e de aprofundamento das respectivas idiossincrasias e potencialidades;

• Cooperar com as outras cidades, surpreendendo as semelhanças e experimentando o desafio das diferenças;

• Explorar educativamente o patrimônio das tradições, no mesmo movimento em que, com a identidade que elas proporcionam, faz delas o solo da inovação;

• Consolidar as escolas como instituições educativas ao mesmo tempo em que valoriza e cria outros núcleos de formação onde as pessoas possam dar o seu saber e usufruir o saber dos outros;

• Acolher os que querem aprender e ensinar, sem prejuízo de submeter todas as propostas e projetos a critérios de exigência organizativa e aos princípios de um plano regulador;

• Motivar todas as pessoas e instituições para participarem na atividade educativa como um projeto pessoal e coletivamente gratificante de vida em comum;

• Propor a todos uma relação de contrato ético mutuamente responsabilizante;

• Definir prioridades de formação em função de um processo de avaliação de carências, de objetivos e de recursos.

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