Falta de financiamento prejudica ajuda humanitária no Quirguistão

Mulher quirguiz volta para casa e a encontra destruída. Foto: ONU.As Nações Unidas e seus parceiros humanitários mostraram preocupação com o fato de que necessidades humanitárias imediatas para atender o Quirguistão talvez não possam ser atendidas, já que apenas 30% dos 96 milhões de dólares pedidos para a assistência a civis afetados pela violência recente no país foram recebidos. Lançado em junho, o apelo permitiria que agências humanitárias ajudassem, durante um período de seis meses, cerca de 300 mil pesssoas desalojadas pelo conflito étnico ocorrido no sul do país, além de mais 765 mil afetadas pela crise.

Os combates entre quirguizes e uzbeques deixaram centenas de mortos e feridos. A violência também provocou saques a propriedades e destruição de infraestrutura do país. As agências humanitárias, através do Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), estão trabalhando em uma nova estratégia financeira para aumentar as doações e conseguir os fundos necessários.

O OCHA declarou que a situação na região continua tensa, principalmente nas províncias de Osh e Jalal-Abad. De acordo com a agência, há relatos de abusos graves de direitos humanos no sul do país, incluindo abuso de poder, detenções arbitrárias e maus-tratos e extorção por parte de agentes da lei. Existem também alegações de que pessoas detidas estão sendo coagidas a assinarem falsas confissões e que evidências forjadas estão sendo usadas durante operações de busca, assim como denúncias não confirmadas de prisões secretas.

No mês passado, a Alta Comissária da ONU para Direitos Humanos, Navi Pillay, afirmou que forças de segurança do Quirguistão foram responsáveis por várias violações de direitos humanos. Ela declarou ser necessária o constante monitoramento da situação em relação aos direitos humanos, principalmente no sul do país, e pediu uma “investigação internacional detalhada, independente e imparcial” sobre a violência que assolou o país em junho.