Garotas palestinas ganham prêmio internacional de ciência

Secretário-Geral Ban Ki-moon com estudantes premiadas de escola palestina que conta com apoio da ONU. Foto: UN.Três garotas palestinas, educadas numa escola das Nações Unidas num campo de refugiados, fizeram história ao ganhar um concurso internacional de ciência de alto nível pela invenção de uma revolucionária bengala para cegos. A invenção foi mostrada ao Secretário-Geral da ONU na semana passada, em Nova York. “Esta é uma história do poder da mente e não do poder do fogo. Vocês não estão só ajudando aos cegos, mas ajudando ao mundo a enxergar”, afirmou Ban Ki-moon durante o encontro com as garotas.

Aseel Abu Aleil, Aseel Alshaar e Noor Alarada ganharam o “prêmio especial em eletrônicos aplicados”, entre 1.500 finalistas do Concurso Internacional Intel de Ciência e Engenharia, considerado o maior concurso pré-universitário do mundo. As três garotas frequentam a escola dirigida pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), no Campo de Refugiados Aska, em Nablus, norte de Jerusalém, onde desenharam o protótipo de bengala para cegos como projeto de ciência da escola com um orçamento de 200 dólares.

Diferente de outras bengalas eletrônicas que enviam sinais infravermelhos, a invenção das garotas tem um sensor “visual” que emite um som sempre que a superfície muda até 30 centímetros de distância. O Secretário-Geral experimentou a invenção levando a bengala próximo a uma porta e o dispositivo apitou. Depois correu até a mesa de reuniões e, próximo à borda, a bengala apitou indicando que não tinha chão embaixo dela. “A escola da UNRWA tem um ensino de alto nível”, afirmou Jamilah Khaled, professor das garotas, listando o laboratório com computadores modernos e os seminários em tecnologia como dois dos recursos que ajudaram a melhorar a qualidade do ensino. “É importante pra nossa sociedade ajudar às pessoas. É importante para refugiados palestinos aprender”, adicionou Khaled.

“Estas estudantes mostram o enorme potencial dos garotos e garotas palestinas. Fico pensando quão longe poderíamos chegar se nosso sistema de educação não estivesse no meio de uma crise”, disse Margot Ellis, Representante da UNRWA. Seguindo uma agenda relâmpago de nove dias nos Estados Unidos, as garotas planejam visitar a Estátua da Liberdade e a Times Square em Nova York. Até agora não há planos de produção em massa da bengala, mas as garotas gostariam de ver isso acontecer e dar continuidade com sua educação em ciências.

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