Haiti: surto de cólera ainda não contido

As Nações Unidas advertiram quarta-feira (27) que o surto de cólera no Haiti ainda não está contido e destaca a necessidade de continuar reforçando o tratamento e a prevenção, mesmo em áreas que não tenham sido afetados pela epidemia.

A coordenadora da força-tarefa global sobre o controle da cólera da Organização Mundial da Saúde das Nações Unidas (OMS), Claire-Lise Chaignat, disse que o fornecimento de água potável às populações nas áreas atingidas foi uma medida chave de controle, assim como a melhoria dos serviços de saneamento, disponibilização de sais de reidratação oral para os infectados e assegurar que as pessoas estejam comendo alimentos preparados com água limpa e boas condições de higiene. Ela acrescentou que 40% das pessoas que vivem ao longo do Rio Artibonite, o qual se acredita ser a fonte da bactéria da cólera, receberam tabletes de cloração para a água.

O número de mortos chegou a 284 dos 3.769 casos confirmados, com 96% dos casos relatados no departamento de Artibonite. A taxa de letalidade da epidemia é de 7,7%, o que é considerado alto, mas deverá diminuir com a estabilização das medidas de tratamento e prevenção.

De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), o Ministério de Saúde no Haiti e a OMS desenvolveram uma estratégia para garantir a disponibilidade de todos os suprimentos médicos básicos necessários para responder à doença e reforçar a capacidade dos centros de tratamento e hospitais.

80 centros de saúde e 10 unidades especiais de tratamento de cólera estão sendo equipadas para melhor lidar com os casos, enquanto oito hospitais têm agora a capacidade para tratar os casos mais graves.

O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), por sua vez, disse que está adaptando 22 mil kits de higiene padrão para atender necessidades específicas e reduzir a propagação da doença. Os kits contêm pílulas de cloro para purificar a água, sais de reidratação e sabão para manter os níveis elevados de higiene. Segundo a agência, eles serão distribuídos principalmente para mulheres grávidas, advertindo que a cólera pode aumentar o risco de partos prematuros e abortos espontâneos.