Inundações no Paquistão criam novos desastres a cada dia, diz chefe humanitária da ONU

Mesmo quando a água recua na maior parte do Paquistão, contornar o país por terra ainda é difícil. Foto: ONU.A ONU está precisando de mais meio bilhão de dólares para os 21 milhões de paquistaneses assolados há semanas por inundações, que, segundo a Subsecretária-Geral de Assuntos Humanitários e Coordenadora de Ajuda de Emergência, Valerie Amos, estão gerando um novo desastre a cada dia.

“O apelo humanitário será substancialmente maior do que o solicitado originalmente”, disse Amos em entrevista coletiva em Nova York ontem (15), um mês após a ONU e seus parceiros humanitários terem pedido quase 460 milhões de dólares como primeira resposta ao que ela chamou de “uma crise imensa e ainda em desenvolvimento”.

Ela preferiu não revelar o valor exato do recurso que será solicitado na sexta-feira (17). Os fundos serão usados para responder ao impacto devastador das cheias que, apesar de terem matado menos de duas mil pessoas, colocaram 21 milhões vulneráveis à falta de abrigo, desnutrição e a riscos de epidemias. Eles também perderam seus meios de subsistência, uma vez que as águas invadiram todo o país, de norte a sul.

“Uma tragédia imensa continua a se desdobrar”, declarou Amos. “As implicações humanas por conta do que vai acontecer, se o necessário não for feito, serão terríveis. Milhões já perderam tudo e não têm nada para quê voltar… O que farei [na sexta] é solicitar aos nossos parceiros que participem mais e que façam mais”.

Desde que as enchentes ocorreram, as agências da ONU têm se esforçado para levar socorro. Três delas – a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (FIDA) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) – anunciaram que estão acelerando sua ajuda aos paquistaneses.