Metade do entulho gerado pelo terremoto de 2010 foi retirado das ruas do Haiti, calcula PNUD

Mais de 40% dos dez milhões de metros cúbicos de entulho gerados pelo terremoto do ano passado na capital, Porto Príncipe, foram removidos pelos cerca de sete mil haitianos contratados e treinados por agências da ONU para trabalhar na reconstrução do país. Outros 10% dos detritos foram recolhidos por empresas privadas.

“Ao longo de 20 meses temos trabalhado sem parar com o governo do Haiti, organizações da sociedade civil, comunidade internacional e especialmente com representantes comunitários nesta épica escala de limpeza”, disse nesta quarta-feira (12/10) a Diretora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Haiti, Jessica Faieta. Para ela, o envolvimento da comunidade foi essencial para a operação.

“Estamos trabalhando para reabilitar os bairros e melhorar as condições de vida por meio de acesso a serviços básicos para que os haitianos possam voltar a suas casas com segurança”, destacou o Coordenador Residente de Ajuda Humanitária da ONU, Neigel Fisher.

Estima-se que 50% do entulho possa ser reutilizado para reparar estradas, melhorar bairros e reconstruir casas. No entanto, o processamento dos detritos é lento porque muitas das comunidades afetadas ficam em encostas, dificultando o transporte de maquinário pesado para o local, o que significa que muito da limpeza tem sido feita manualmente.

A ONU está auxiliando o governo do Haiti a finalizar a estratégia de gestão do etulho para estabelecer ferramentas de monitoramento, remoção e padrões de reciclagem dos detritos, além de preparar parceiros sobre como lidar com entulhos que possam ser gerados com outros desastres naturais.

Mais de 300 famílias removidas por causa de enchentes
Já no sul do país, soldados da Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (MINUSTAH) atuam no socorro às vítimas das enchentes provocadas pela temporada de chuvas torrenciais. Ao menos 330 famílias de Les Cayes, Torbeck, Chantal e Arniquet foram levadas para abrigos temporários. Duas pessoas estão desaparecidas. Há temor de que a epidemia de cólera seja agravada.

Os principais rios da região transbordaram e boa parte de Les Cayes está debaixo d’água. A previsão é de mais chuva para esta semana. MINUSTAH continua em alerta para auxiliar autoridades em resgates e distribuição de ajuda humanitária.