Novas drogas sintéticas invadem mercado, afirma relatório da ONU

Uso de substâncias sintéticas prolifera entre jovens na América Central e do Sul. Foto: UNODC

Drogas sintéticas são cada vez mais vendidas e usadas pelos jovens, afirma um novo relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). Trata-se da Avaliação Global de Drogas Sintéticas 2014, lançada nesta terça-feira (20), que afirma também que novas substâncias psicoativas (NPS) estão ocupando o lugar no mercado que durante muitos anos foi dos estimulantes anfetamínicos  (ATS), como o ecstasy e a metanfetamina,  hoje mais usados do que cocaína, ópio ou heroína.

As drogas sintéticas ganharam popularidade entre os jovens e em algumas partes da América Central e do Sul, o uso de anfetamínicos em grupos etários mais jovens às vezes até ultrapassa o da cannabis e/ou cocaína.

“Há uma expansão global sem precedentes do mercado de drogas sintéticas, tanto em extensão como em variedade”, disse o diretor de Análise de Políticas e Relações Públicas do UNODC, Jean-Luc Lemahieu. “As novas substâncias são rapidamente criadas e vendidas, desafiando os esforços da lei para prender os traficantes e conter os riscos de saúde pública.”

O relatório também alerta sobre o surgimento de substâncias novas como o composto NBOMe, que já foi encontrado no Brasil, Chile e Colômbia. Esta nova droga é  mais conhecida no Brasil como N-Bomb. Comercializadas como “drogas legais” e “designer drugs”, as NPS estão proliferando, e na ausência de um quadro legal internacional, as respostas para o problema variam significativamente de país para país. Nenhuma das 348 NPS que existiam globalmente em mais de 90 países no final de 2013 está sob controle internacional. O uso de canabinoides sintéticos, que imitam os efeitos da cannabis, também é crescente.

Segundo o relatório, em 2012, o ecstasy foi responsável por 95% das apreensões de anfetamina no Brasil. A quantidade de metanfetamina apreendida subiu de 1 kg em 2010 para 12 kg em 2012.