Novos recursos são vitais para recuperação do Paquistão

Valerie AmosA Subsecretária-Geral de Assuntos Humanitários, Valerie Amos, pediu ontem à comunidade internacional que providencie os recursos necessários para o auxílio a milhões de pessoas no Paquistão que ainda precisam de assistência vital, cerca de quatro meses após as enchentes que inundaram grandes partes do território do país sul asiático.

“Esta é uma emergência que deve prosseguir pelos próximos meses e esforços consideráveis continuarão sendo necessários junto aos trabalhos de recuperação e desenvolvimento,” disse Amos, em uma conferência em Nova York.

O apelo de dois bilhões de dólares para auxílio às vítimas das enchentes, realizado em setembro, o maior já lançado pelas Nações Unidas e seus parceiros para um desastre natural, está atualmente 49% financiado. Apenas no último mês, seis milhões de pessoas já receberam alimentos, mais de 4,3 milhões tiveram diariamente acesso à água potável, materiais para construção foram entregues a outros 4,7 milhões e mais de sete milhões de pessoas contam com assistência médica.

“Mas ainda há muito o que fazer,” afirmou Amos, que é também Coordenadora de Socorro de Emergência da ONU. “As enchentes estão, aos poucos, saindo das manchetes, mas as pessoas ainda estão em situação de grave emergência que requer atenção internacional.”

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) anunciou ontem que 50 famílias desalojadas pelas enchentes da província setentrional paquistanesa de Gilgit-Baltistan mudaram-se para novas casas que elas próprias ajudaram a construir, com o apoio da agência. As famílias são as primeiras dentre milhares de pessoas que ajudarão a construir e, posteriormente, residir, em estruturas resistentes a desastres em Gilgit-Baltistan, onde, desde julho, cerca de 87 mil pessoas, ou 10% da população da província, foram deslocadas pelas inundações e desmoronamentos.

As casas – feitas de madeira de álamo, alvenaria de pedra e telhados resistentes à água – têm 37 metros quadrados cada e custaram o equivalente a mil dólares. O interior – sala de estar, cozinha, despensa e banheiro – é isolado para proteger os habitantes de invernos rigorosos.

“Um dos primeiros passos para reconstruir vidas é ajudar as pessoas a conseguir um teto,” disse o Especialista Ambiental do PNUD no Paquistão, Abdul Qadir. “Garantir às pessoas acomodações adequadas antes da chegada do inverno é um dos nossos objetivos mais importantes.”