OMS anuncia sistema piloto de coleta de dados para proteger profissionais da saúde contra ataques

Primeira foto do hospital destruído pela coalizão da Arábia Saudita. Foto: MSF Iêmen
Primeira foto do hospital destruído pela coalizão da Arábia Saudita. Foto: MSF Iêmen

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta terça-feira (08) que está testando um novo sistema de coleta de informações para garantir que ataques contra profissionais da saúde na linha de fogo – do Afeganistão até a Ucrânia e Iêmen – não passem despercebidos e que esses trabalhadores sejam protegidos da violência.

O novo sistema de coleta de dados está sendo testado na República Centro-Africana, na Síria, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Segundo a OMS, o sistema estará disponível no próximo ano. “Mas o projeto não só coletar dados. Sua intenção também é usar esta informação para identificar padrões e encontrar formas de evitar ataques ou reduzir suas consequências”, declarou a organização.

“Toda vez que um médico está com muito medo de ir ao trabalho, ou um hospital é bombardeado, ou suprimentos são saqueados, isso impede o acesso ao tratamento de saúde”, afirmou o gestor do projeto da OMS que desenvolve o novo sistema, Erin Kenney.

Até o momento, não existia um registro único e sistemático para monitorar os ataques às equipes de saúde ou instalações. Segundo a OMS, apenas em 2014, 603 atendentes da área de saúde foram assassinados e 950, feridos em ataques em 32 países.

Na segunda-feira (7), o Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) destacou o fato de que na Síria, quase 60% dos hospitais foram parcial ou completamente destruídos, instalações de saúde estão sendo frequentemente atingidas por bombas aéreas, e muitos profissionais da área foram mortos ou feridos juntamente com seus pacientes. Segundo a OMS, mais da metade dos médicos e enfermeiros da Síria fugiu ou foi morta.