ONU pede fim de conflitos e retirada imediata de tropas em Abyei

Pessoas deslocadas em Agok (Sudão)O Secretário-Geral Ban Ki-moon condenou com veemência ontem (22/05) o aumento da violência na disputada região de Abyei, no Sudão, após pedido do Conselho de Segurança ao Governo de Cartum pela suspensão imediata de todas as operações militares e retirada de suas tropas do território.

O Secretário-Geral disse que “continua profundamente preocupado com a segurança da população civil da região, a grande maioria da qual tem sido deslocada à força devido ao conflito,” segundo comunicado divulgado pelo seu porta-voz. Ban Ki-moon condenou as ações dos responsáveis ??pelo bombardeio do complexo das Nações Unidas, ataque que feriu dois soldados, e exigiu que seus autores sejam responsabilizados.

O Conselho de Segurança declarou que a tomada de Abyei por tropas do Governo do Sudão constitui uma grave violação do Acordo Abrangente de Paz (CPA), assinado em 2005 para acabar com as duas décadas de guerra civil entre o norte e o sul, e “ameaça minar o compromisso mútuo entre as partes para evitar um retorno à guerra e resolver pacificamente todas as questões restantes relativas ao CPA ou ao período após o acordo.”

O órgão também lamentou a decisão unilateral do governo de Cartum por dissolver o governo de Abyei e pediu o seu reestabelecimento imediato, por acordo mútuo. “Os membros do Conselho de Segurança exigem a retirada imediata de todos as tropas militares de Abyei e a plena aplicação do Acordo de Kadugli,” diz comunicado do Conselho.

“Os membros do Conselho ressaltam a responsabilidade das partes em proteger os civis. Ressaltam ainda a necessidade de as partes respeitarem o mandato da Missão das Nações Unidas no Sudão (UNMIS)” prossegue o comunicado, observando que a UNMIS está preparada para continuar a facilitar o acordo de Kadugli para amenizar as tensões em Abyei. O sul do Sudão se separará formalmente do resto do país no dia 9 de julho, como resultado de um referendo realizado em janeiro, mas tanto norte como sul lutam pela região.

O Escritório da ONU para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) informou que a maioria dos civis que fogem da cidade de Abyei são mulheres e crianças e estariam se refugiando nas aldeias ao sul da cidade de Abyei. Todos os funcionários de organizações não-governamentais foram transferidos ontem de Abyei para Agok, 40 quilômetros ao sul.