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CEPAL lançará relatório do investimento estrangeiro direto na região em 2010

(28 de abril de 2011) Os fluxos de investimento estrangeiro direto (IED) para e desde a América Latina e o Caribe registraram algumas marcas históricas durante 2010, segundo o relatório anual sobre o tema, produzido pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), que será lançado na quarta-feira, 4 de maio na Cidade do México, México.

A publicação aborda a importante posição da América Latina e do Caribe como receptores e emissores de Investimento Estrangeiro Direto em 2010, a penetração da China como investidora na Região e as tendências desse investimento nas indústrias de telecomunicações e software.

A Secretária Executiva do organismo, Alicia Bárcena, apresentará junto com o Secretário da Fazenda e Crédito Público do México, Ernesto Cordero, os principais resultados da décima terceira edição do estudo em uma coletiva de imprensa, na próxima quarta-feira, 4 de maio, às 13h, no Escritório da Sede Sub-regional da CEPAL no México, (15h em Brasília).

O Investimento Estrangeiro Direto na América Latina e no Caribe 2010 detalha as correntes de IED recebidas por cada país da Região em 2010, e apresenta projeções para este ano.

Outros temas abordados pela publicação da CEPAL são:

– O investimento direto da China na Região;

– O aumento das empresas transnacionais latino-americanas, conhecidas como “translatinas”;

-Os principais investimentos estrangeiros e as estratégias empresariais nas indústrias regionais de telecomunicações e software;

-As tendências de longo prazo do IED na América Central, Panamá e República Dominicana.

Convidamos os meios de comunicação para a coletiva de imprensa do lançamento desse relatório, que será realizada no Escritório da Sede Sub-regional da CEPAL no México: Av. Presidente Masaryk, 29. Piso 9. Col. Chapultepec Morales. México, D.F. 11570.

Para consultas, entrar em contato com a Sede Sub-regional da CEPAL no México ([email protected]) ou com a Unidade de Informação Pública e Internet da CEPAL ([email protected])

No Brasil contatar [email protected] – Telefones: (61) 3321-3232 ou (61) 3321-5494

Cepal alerta para riscos da alta de capital estrangeiro na América Latina

Alicia Bárcena Região tornou-se ainda mais atrativa para investidores após crescimento de 6% em 2010; performance é quase o dobro da média do Leste Europeu, da Ásia Central e de países de alta renda.

Marina Estarque, da Rádio ONU em Nova York.*

A Comissão Econômica para a América Latina e Caribe, Cepal, alertou para os perigos da entrada, cada vez maior, de capitais externos na região.

Num workshop, realizado nesta quarta-feira, na sede da Cepal, em Santiago do Chile, a chefe do órgão, Alicia Bárcena, disse que o ingresso de capitais estrangeiros é geralmente positivo, mas “pode se transformar em pesadelo”.

Desemprego e Pobreza

Bárcena lembrou de crises passadas, quando o excesso de liquidez resultou em aumentos insustentáveis dos gastos e uma queda na taxa de câmbio real.

Segundo ela, estes períodos obrigaram os países a fazer “ajustes recessivos dolorosos”, que teriam causado desemprego, pobreza e instabilidade social. A secretária-executiva disse “ser importante aprender com as lições do passado.”

Para a Cepal, a América Latina e o Caribe têm, no momento, boas perspectivas de crescimento e sistemas macroeconômicos que asseguram “certa robustez no contexto internacional”.

Petróleo

Mas para a agência da ONU não se deve confundir crescimento econômico com desenvolvimento. Para a Comissão, o emprego ainda é a melhor forma de diminuir as desigualdades de renda e aumentar o acesso à seguridade social e do trabalho.

O ministro das finanças do Chile, Felipe Larraín, falou que o maior risco externo é a alta no preço do petróleo. De acordo com ele, o PIB mundial pode cair até 1% se o valor do barril atingir US$ 150. O preço atual está em US$ 120.

O Banco Mundial também chamou atenção para os perigos da volatilidade dos fluxos de capital para as economias locais. Segundo o órgão, após a recessão global, nem todos os países da região se recuperaram da mesma forma. Enquanto o Haiti apresentou um crescimento negativo de 8,5%, a Venezuela, por exemplo, teve -0,1% .

*Apresentação: Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.


Ouça aqui a matéria da Rádio ONU.

CEPAL identifica novas oportunidades de cooperação entre os Estados Unidos, a América Latina e o Caribe

Os Estados Unidos continuam sendo o principal sócio comercial individual para a América Latina e o Caribe. Hoje as condições são propícias para o lançamento de uma nova era de cooperação econômica e comercial entre esse país e a região, afirma a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL) da ONU em documento divulgado hoje em Santiago do Chile.

A publicação “Estados Unidos e América Latina e Caribe: destaques da economia e do comércio” foi preparada por motivo da visita do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a três países da região: Brasil, Chile e El Salvador. Além de abordar a evolução recente das relações comerciais e do investimento entre ambas as partes, o relatório apresenta propostas orientadas para um relançamento das mesmas.

A participação dos Estados Unidos no comércio exterior regional tem se reduzido na última década. Com relação às exportações, houve uma queda de 59,7% em 2000 para 40,1% em 2009, enquanto que nas importações diminuiu a participação de 49,3% para 31,2% no mesmo período.

Entretanto, mesmo com essa queda, que teve como contrapartida o aumento da participação da China e outras economias emergentes no comércio exterior da região, os Estados Unidos continuam sendo o seu principal sócio comercial.

As exportações da região para os Estados Unidos são mais diversificadas que aquelas destinadas para a União Européia e Ásia. Segundo o documento da CEPAL, no período de 2008-2009 os países da Região exportaram em média 1.197 produtos diferentes para os Estados Unidos, enquanto que foram destinados 878 produtos distintos para os 27 países membros da União Européia, 511 para a Ásia, e 202 para a China.

Por outro lado, os Estados Unidos continuam sendo o principal investidor individual na região, representando 34,7% dos fluxos acumulados de investimento estrangeiro direto, recebidos entre 1999 e 2009.

“A atual visita do Presidente Barack Obama a três países latino-americanos oferece um excelente cenário para revitalizar as relações hemisféricas. A região espera dos Estados Unidos propostas para um diálogo estratégico e novas iniciativas no campo do comércio e do investimento para fortalecer a cooperação mútua”, afirma a Secretária Executiva da CEPAL, Alicia Bárcena, na introdução do documento.

Apesar do importante dinamismo econômico apresentado pela América Latina e pelo Caribe desde a década passada, falta aos Estados Unidos uma estratégia comercial compreensiva direcionada para a região nos últimos anos, indica o relatório da CEPAL. Os tratados de livre comércio (TLC) assinados com a Colômbia e o Panamá, em 2006 e 2007 respectivamente, ainda não foram apresentados ao Congresso norte-americano para sua aprovação.

Mesmo assim os programas de preferências alfandegárias que beneficiam os países andinos e outros da região encontram-se atualmente interrompidos. Nesse contexto, têm-se estreitado os laços comerciais da região com a União Européia e Ásia-Pacífico mediante a negociação de acordos comerciais e de associação, entre outros mecanismos.

De acordo com o estudo, uma nova relação de cooperação deveria incluir, entre outros pontos, a pronta aprovação dos TLC pendentes e a retomada das preferências para os países andinos e outros da região.

Além disso, deveria ocorrer um compromisso comum de trabalhar para a conclusão da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2011, a abertura de um diálogo estratégico entre os Estados Unidos e os países da Região que participam do Grupo dos 20, e o estabelecimento de um programa integrado de cooperação econômica.

Agências da ONU concordam em agenda conjunta para a Rio +20

Diversas agências da ONU se reuniram na sede da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), em Santiago, Chile, e concordaram em trabalhar juntas para a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +20) que será realizada entre 14 e 16 de maio de 2012, no Rio de Janeiro.

Durante o encontro, que contou com a participação de representantes de várias agências e programas da ONU, ficou acertada a produção de um documento interagencial que avaliará os progressos e desafios feitos em relação ao desenvolvimento sustentável na América Latina e no Caribe, 20 anos após a realização da chamada “Cúpula da Terra”, também no Rio de Janeiro. O relatório incluirá orientações estratégicas para a melhoria de padrões de produção e consumo na região, a fim de fazer avanços em direção a uma economia orientada para o desenvolvimento sustentável e para a erradicação da pobreza.

Para a Secretária Executiva da CEPAL, Alicia Bárcena, nesta nova Conferência a América Latina e o Caribe podem desempenhar um papel importante nos debates sobre o desenvolvimento sustentável; já a Vice-Secretária-Geral da ONU, Asha-Rose Migiro, lembrou que o desenvolvimento sustentável encabeça a lista de prioridades das Nações Unidas para este ano.

A Coordenadora Executiva da próxima Conferência, Elizabeth Thompson, pediu às agências que promovam a participação ativa dos países no processo de preparação da Conferência, enquanto o Chefe da Divisão de Política Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Ministério de Relações Exteriores do Brasil, André Aranha Correa do Lago, pediu que os países contribuam substantivamente com os debates.

Desemprego caiu em 2010 na América Latina e no Caribe

A retomada econômica da maioria dos países da América Latina e Caribe em 2010 provocou uma queda percentual de 0,6 pontos na taxa de desemprego – de 8,1% em 2009 para 7,5% no último ano – e espera-se uma diminuição adicional de entre 0,2 e 0,4 pontos percentuais este ano, de acordo com o relatório Situação do Emprego na América Latina e Caribe. “Para reforçar a melhoria dos indicadores do mercado de trabalho e gerar mais empregos produtivos e boas condições de trabalho, países da região precisam reforçar suas políticas macroeconômicas, aprimorar a coordenação das políticas globais e regionais, identificar e remover gargalos nos próprios mercados de trabalho e reforçar os instrumentos destinados a promover maior igualdade,” acrescentou o relatório.

Publicado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), o estudo observou que o comércio internacional e as condições financeiras, bem como a retomada da procura interna resultante de políticas macroeconômicas, geraram um crescimento de cerca de 6% para a região em 2010. A recuperação tem alimentado a geração de empregos formais, a queda no desemprego e o aumento moderado dos salários reais, mas o desempenho de diferentes países e sub-regiões tem sido muito desigual.

Por um lado, um elevado crescimento econômico no Brasil tem sido acompanhado pela criação vigorosa de empregos formais e a taxa de desemprego caiu para níveis não registrados há muito tempo. Outros países da América do Sul têm se beneficiado da forte demanda dos países asiáticos por recursos naturais. Combinada com o aumento da demanda doméstica, esta levantou suas taxas de crescimento econômico e teve impacto positivo sobre os indicadores de emprego. Por outro lado, a recuperação ainda é muito fraca em alguns países e sub-regiões, particularmente no Caribe, com a queda contínua de indicadores de emprego.

Este ano, a região como um todo deverá registrar um aumento de 4,8% no Produto Interno Bruto (PIB) per capita. Como o resto do mundo, a América Latina e o Caribe também são confrontados com o desafio de transformar seus meios de produção, para que suas economias possam desenvolver caminhos sustentáveis em longo prazo. Um grande desafio é a criação de empregos verdes que combinem boas condições de trabalho com padrões de produção sustentável. A transição para uma economia ecologicamente sustentável pode causar a perda de postos de trabalho em alguns setores da economia e sua criação em outros.

O mundo do trabalho, inevitavelmente, sofrerá grandes alterações. Se a questão for abordada por meio do diálogo social e de políticas públicas adequadas, há chances de usar esta mudança para criar mais postos de trabalho, contribuindo assim para o crescimento da economia, a redução das desigualdades e a proteção ao meio ambiente, conclui o relatório.