Primeiros padrões de informação para medicina tradicional serão desenvolvidos pela ONU

Muitos países em desenvolvimento usam a medicina tradicional para ajudar a satisfazer algumas de suas necessidades primárias de assistência em saúde. Foto: ONU.A agência de saúde das Nações Unidas está preparando o desenvolvimento dos primeiros padrões internacionais de informação para a medicina tradicional. A prática é uma fonte primária de tratamento de saúde para muitas pessoas em muitas da Ásia, África e América Latina e cujo uso vem aumentando na Europa e na América do Norte.

O projeto de Classificação Internacional de Medicina Tradicional irá auxiliar na criação de uma base de evidências para a medicina tradicional – produzindo terminologias e classificações para diagnósticos e intervenções, de acordo com o comunicado da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A medicina tradicional, da qual os tratamentos com ervas são os mais populares, é usada há milhares de anos em algumas comunidades. Segundo definição da OMS, trata-se da soma total de conhecimento, habilidades e práticas baseadas nas teorias, crenças e experiências nativas de diferentes culturas que são usadas para manter a saúde, bem como prevenir, diagnosticar, aprimorar ou tratar doenças físicas e mentais.

Medicina tradicional atende 80% da população em algumas áreas

Em alguns países asiáticos e africanos, segundo a agência de saúde da ONU, 80% da população depende da medicina tradicional como fonte de tratamento de saúde. Conforme práticas de medicina tradicional são adotadas por novas populações, surgem novos desafios, como os de desenvolver políticas e regulamentos nacionais e de assegurar sua segurança, qualidade e eficácia. A classificação será inicialmente voltada para práticas da China, Japão e República da Coreia e que evoluíram e se disseminaram pelo mundo.

“No resto do mundo, particularmente na Europa e América do Norte, o uso de remédios a base de ervas, acupuntura e outras práticas de medicina tradicional está aumentando. Mecanismos internacionais de classificação e terminologia, no entanto, fazem falta”, disse a Diretora-Geral Adjunta da Inovação, Informação, Evidência e Pesquisa da OMS, Marie-Paule Kieny.

A Classificação Internacional de Medicina Tradicional contará com uma plataforma web interativa que permitirá que usuários de todos os países documentem termos e conceitos usados em medicina tradicional. “Diversos países criaram padrões nacionais para a classificação da medicina tradicional, mas não há uma plataforma internacional que permita a harmonização dos dados para uso clínico, estatístico e epidemiológico” disse Kieny. “Essas informações são necessárias para que clínicos, pesquisadores e desenvolvedores de políticas públicas possam monitorar a segurança, eficácia, uso, custos e tendências em tratamentos de saúde de forma compreensível”.