Relatório da ONU mostra prática de estupro, tortura e assassinatos na Síria

Família que fugiu da cidade síria de Qusayr. Foto: ACNUR/A. Blazy

A Comissão de Inquérito da ONU sobre a Síria divulgou nesta quarta-feira (11) um novo relatório sobre a situação do país e afirmou que as forças do governo e os grupos rebeldes estão violando os direitos humanos e praticando crimes como estupro, tortura e assassinato. O documento ainda ressalta que “não há solução militar para o conflito e que aqueles que fornecem armas criam uma ilusão de vitória”.

O relatório foi entregue ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, Suíça, e descreve a Síria como “um campo de batalha (onde) massacres são cometidos impunemente e um número incontável de sírios tem desaparecido”. As informações contidas no documento são fruto de 258 entrevistas e outras evidências coletadas durante um período de dois meses, entre 15 de maio e 15 de julho desse ano.

A Comissão, liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, pede o fim das hostilidades e que haja um retorno às negociações. Ela acredita que a solução política para a Síria deve ser fundamentada sobre os princípios do Comunicado de Genebra do dia 30 de junho de 2012.

Estabelecida pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU em 2011, a Comissão deve investigar e registrar todas as violações dos direitos humanos durante o conflito na Síria.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e outros funcionários das Nações Unidas têm defendido a ideia de organizar a chamada Reunião Genebra II para chegar a um acordo entre governo sírio e rebeldes e implementar o Comunicado.